Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 
> > > Página 41

Capítulo 13: CAPÍTULO XIII - Como Cândido foi obrigado a separar-se da bela Cunegundes e da velha

Página 41

- A menina Cunegundes - respondeu - quer dar-me a honra de ser minha esposa, e nós suplicamos a Vossa Excelência que se digne ordenar o nosso casamento.

Dom Fernando de Ibarra y Figueroa y Mascarenes y Lampourdos y Sousa, torcendo os bigodes, sorriu contrafeito e ordenou ao capitão Cândido que fosse passar revista à sua companhia. Cândido obedeceu e o governador ficou com a menina Cunegundes. Declarou-lhe a sua paixão e protestou-lhe que no dia seguinte casaria com ela à face da Igreja ou de outra maneira, caso não lhe desagradasse. Cunegundes pediu-lhe um quarto de hora para pensar, para consultar a velha e decidir-se.

A velha disse a Cunegundes:

- Menina, vós tendes setenta e dois costados de nobreza, mas não possuís um óbolo. Depende de vós serdes a mulher do maior senhor da América Meridional que possui um belo bigode. Não tereis de afectar uma fidelidade a toda a prova. Não fostes já violada por dois búlgaros e não concedestes também as vossas graças a um judeu e a um inquisidor? O infortúnio confere direitos. Se eu estivesse no vosso lugar, confesso, que desposaria sem qualquer escrúpulo o governador para fazer a fortuna do capitão Cândido.

Enquanto a velha falava, com a prudência que só a idade e a experiência conferem, entrou no porto um pequeno navio, que trazia um alcaide e alguns aguazis.

Eis o que acontecera:

A velha tinha adivinhado quando suspeitara do franciscano corno sendo o ladrão do dinheiro e das jóias de Cunegundes, a cidade de Badajoz, quando ela fugira apressadamente com Cândido. O frade procurou vender algumas das jóias a um joalheiro, mas este reconheceu-as como sendo propriedade do Inquisidor-Mor, O frade, antes de ser enforcado, confessou que as tinha roubado e indicou as pessoas a quem as roubara e o caminho que tinham tomado.

<< Página Anterior

pág. 41 (Capítulo 13)

Página Seguinte >>

Capa do livro Cândido
Páginas: 118
Página atual: 41

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
CAPÍTULO I - Como Cândido foi educado num belo castelo e porque dele foi expulso 1
CAPÍTULO II - O que aconteceu a Cândido entre os Búlgaros 4
CAPÍTULO III - Como Cândido se livrou dos Búlgaros e o que lhe aconteceu 7
CAPÍTULO IV - Como Cândido encontrou o seu antigo mestre de filosofia, o Dr. Pangloss, e o que lhe aconteceu 10
CAPÍTULO V - Tempestade, naufrágio, tremor de terra, e o que aconteceu ao Dr. Pangloss, a Cândido e ao anabaptista Tiago 14
CAPÍTULO VI - Como se fez um belo auto-de-fé para impedir os tremores de terra e como Cândido foi açoitado 18
CAPÍTULO VII - Como uma velha cuidou de Cândido e ele encontrou aquela que amava 20
CAPÍTULO VIII - História de Cunegundes 23
CAPÍTULO IX - O que aconteceu a Cunegundes, a Cândido, ao inquisidor-mor e ao judeu 27
CAPÍTULO X - Em que angústia Cândido, Cunegundes e a velha chegam a Cádis e como embarcaram 29
CAPÍTULO XI - História da velha 32
CAPÍTULO XII - Continuação da história das desgraças da velha 36
CAPÍTULO XIII - Como Cândido foi obrigado a separar-se da bela Cunegundes e da velha 40
CAPÍTULO XIV - Como Cândido e Cacambo foram recebidos entre os jesuítas do Paraguai 43
CAPÍTULO XV - Como Cândido matou o irmão da sua querida Cunegundes 47
CAPÍTULO XVI - O que aconteceu aos dois viajantes com duas raparigas, dois macacos e os selvagens chamados Orelhões 50
CAPÍTULO XVII - Chegada de Cândido e do seu criado ao país do Eldorado e o que aí Viram 54
CAPÍTULO XVIII - O que viram no país do Eldorado 58
CAPÍTULO XIX - O que lhes aconteceu em Suriname e como Cândido conheceu Martin 64
CAPÍTULO XX - O que aconteceu no mar a Cândido e a Martin 70
CAPÍTULO XXI - Cândido e Martin aproximam-se das costas de França e filosofam 73
CAPÍTULO XXII - O que aconteceu em França a Cândido e a Martin 75
CAPÍTULO XXIII - Cândido e Martin dirigem-se para as costas de Inglaterra e o que por lá vêem 87
CAPÍTULO XXIV - De Paquette e do Irmão Giroflée 89
CAPÍTULO XXV - Visita ao Sr. Pococuranté, nobre veneziano 94
CAPÍTULO XXVI - De uma ceia que Cândido e Martin tiveram com seis estrangeiros e quem eles eram 100
CAPÍTULO XXVII - Viagem de Cândido para Constantinopla 104
CAPÍTULO XXVIII - O que aconteceu a Cândido, Cunegundes, Pangloss, Martin, etc. 108
CAPÍTULO XXIX - Como Cândido reencontrou Cunegundes e a velha 111
CAPÍTULO XXX – Conclusão 113