Um correr de cavalos que subiam ligeiro a encosta da banda do arraial lhes divertiu a atenção. Volveram para lá os olhos. Três vultos montados se dirigiam para ali. Dois, cobertos de armas escuras, ladeavam o terceiro, cujas roupas alvejavam ao luar. Os corredores transfretanos adiantaram-se para eles. Ao aproximarem-se, viram que o vulto branco era de mulher e que os outros trajavam saios e elmos e traziam achas de armas. Eram em tudo semelhantes aos guerreiros de Al-Sudan que compunham a guarda do amir.
Um dos dois cavaleiros afastou-se da donzela e, dirigindo-se aos capitães das decanias, unidas no topo do outeiro, disse-lhes em romano, com voz que simulava profunda cólera:
— Os inimigos entraram no campo e acometeram a própria tenda de Abdulaziz. Os soldados do conde de Septum lhes deram passagem; porque a eles estava confiada a guarda do campo. Em qual das atalaias estão os traidores?
— Os valentes da Transfretana nunca mereceram esse nome — replicou um dos decanos ou capitães dos esculcas. — Foi aqui onde deram o passo aos inimigos; mas o caminho destes foi por cima dos seus cadáveres. Julgai-os.
E as duas decanias afastaram-se para os lados. Vinte cadáveres estavam lançados por terra.
— Sobre eles não caiu o opróbrio na sua última hora — disse o guerreiro depois de contemplar um momento aquele espectáculo. — Abdulaziz ordena que se guardem estreitamente as saídas do campo. Não tardam os cavaleiros zenetas que vêm ajuntar-se nas atalaias convosco, a fim de que nenhum infiel possa escapar, enquanto nós vamos conduzir para lugar seguro, fora do arraial revolto, a escrava querida do amir. Vinde! — prosseguiu ele, voltando-se para o companheiro.