Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 16: Capítulo 16

Página 137

Inquietos, também, pela sorte dos companheiros que tinham deixado atrás de si, resolveram parar no meio daquelas ruínas. Salteados de improviso pelos árabes, fácil lhes seria transpor a ponte natural que tinham diante, e as poucas raízes que prendiam o moribundo carvalho à margem aposta cederiam bem depressa aos gumes afiados dos seus franquisques. Então o tronco da velha árvore se despenharia no abismo, e o leito profundo e escarpado do Sália ficaria como uma barreira entre eles e os inimigos.

Descavalgados, os dois guerreiros tomaram nos braços a irmã de Pelágio e foram recliná-la sobre um montículo coberto de relva e musgos, que, pela sua situação no lugar onde, provavelmente, ficava a divisão entre o pretório e a parte inferior do campo, dava indícios de ser o assento das aras dos deuses, que os Romanos usavam colocar no meio dos arraiais. Regelada exteriormente, ao passo que o ardor febril lhe queimava o sangue, Hermengarda, apenas tocou em terra, só pôde pronunciar a palavra sede, caindo amortecida sobre a relva orvalhada. O único sinal que nela revelava a vida era o tremor convulso que violentamente a agitava.

Enquanto Astrimiro subia ao valo, de cujo topo se descortinava melhor, posto que a breve distância, o caminho que haviam seguido, Gudesteu trabalhava em ajuntar alguns troncos de árvores e as folhas secas amontoadas pelos ventos do Estio que as chuvas outonais ainda não tinham arrastado. Brevemente o ar tépido de uma fogueira fez volver a si a donzela: o cavaleiro ofereceu-lhe um pequeno frasco de sícera que desprendera do arção e que lhe restituiu algum vigor aos membros entorpecidos. Depois, Gudesteu chamou o seu companheiro e disse-lhe:

— Os ginetes não podem passar além. Ide e lançai-os para o lado oriental da montanha: eles buscarão o trilho acima das fontes do Sália e descerão a Covadonga.

<< Página Anterior

pág. 137 (Capítulo 16)

Página Seguinte >>

Capa do livro Eurico, o Presbítero
Páginas: 186
Página atual: 137

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 4
Capítulo 3 7
Capítulo 4 12
Capítulo 5 18
Capítulo 6 22
Capítulo 7 28
Capítulo 8 32
Capítulo 9 46
Capítulo 10 55
Capítulo 11 63
Capítulo 12 71
Capítulo 13 90
Capítulo 14 105
Capítulo 15 121
Capítulo 16 134
Capítulo 17 148
Capítulo 18 158
Capítulo 19 171
Capítulo 20 176