De Dracôncio, de Merobaude e de Orêncio. «Poetas célebres hispano- godos do século V. De Dracôncio resta-nos o «Carmen de Deo» e uma epístola dirigida a Guntrico, rei dos Vândalos. De Merobaude subsiste um fragmento do «Poema de Cristo». De Orêncio, tão elogiado pelo poeta Fortunato e por Sidónio Apolinário, apenas resta uma pequena poesia na «Bibliotheca Veterum Patrum».
Não eram assim os Godos do Oeste. «A raça dos Godos, asiática na origem e germânica na língua, que, antes de ocupar uma parte do território romano, habitava ao norte do Ponto Euxino (mar Negro), dividia-se em duas grandes famílias, cujas denominações provieram da sua situação relativa. Os que estanciavam ao oriente chamavam-se ost-goths (Godos do Leste) e depois, corruptamente, Ostrogodos; os que demoravam ao ocidente eram os west-goths (Godos do Oeste) ou Visigodos, que, depois de ora servirem o Império como aliados, ora assolarem-no como inimigos, vieram fazer assento no Sul das Gálias e na Península, estabelecendo, afinal, em Toledo o centro do seu império.»
Combatia nos campos cataláunicos. «A batalha dada por Teodorico, rei dos Visigodos, e pelo general romano Aécio, seu aliado, ao feroz Átila nos campi catalaunici (planícies de Châlons-sur-Marne) é o mais célebre entre os terríveis combates que custou à Europa no V século a dissolução do grande cadáver romano. Podem ver-se em «Jornadas» e no «Panegírico de Avito» por Sidónio Apolinário as particularidades deste sucesso.»
Rodearemos a Ilha Verde. «Algeciras. Este nome foi posto pelos Árabes ao lugar onde Táriq aportara, saindo de Ceuta para a conquista de Espanha. O ilhéu, hoje chamado das Pombas, fica a um tiro de espingarda daquela povoação, à qual passou o nome que os Árabes tinham dado à ilhota, vendo-a verdejar ao longe: Djezirat al-Hadra (Ilha Verde). Ignorando-lhe o nome antigo, supus que essa denominação de origem arábica era anterior e que já os Godos lha atribuíam. O anacronismo é, a meu ver, assaz desculpável.»