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Capítulo 13: Capítulo 13

Página 91

Enquanto Táriq, rendida Toletum, subjugava uma parte da Cartaginense, Musa, o amir de África, desembarcando nas costas da Espanha com um novo exército, rendia Híspalis e, atravessando o Ana, submetia ao jugo do califa todo o Ocidente da Península Ibérica. As relíquias do exército godo, que não haviam podido resistir a Táriq, muito menos poderiam impedir a passagem do amir. Assim, Teodemiro, ajuntando esses soldados dispersos, acolhera-se às serranias de Ilípula, na extremidade oriental da Bética. Musa, porém, enviara contra ele seu filho Abdulaziz, um dos mais famosos guerreiros do Islame. Apesar da superioridade do exército árabe, a luta fora longa e terrível. Teodemiro sucumbira por fim; mas, posto que vencido, o seu valor obrigara os muçulmanos a concederem-lhe vantajosas condições de paz. Os vastos domínios que ainda possuía foram-lhe conservados, reconhecendo ele a supremacia do amir, e os Godos puderam, ao menos nesse canto da Bética, achar uma parte da segurança e repouso que faltava no resto da Espanha, onde o alfange da conquista assinalava todas as frontes com o ferrete da servidão e reduzia a montões de ruínas as cidades, nas quais o espírito do cristianismo e da liberdade ousava relutar contra o domínio do califa e contra a religião do Corão.

Teodemiro reinou largo tempo nos distritos orientais da Bética, mas abandonado pelos mais nobres guerreiros, para quem a paz com os infiéis seria incomportável desonra. As montanhas das Astúrias eram o verdadeiro e único refúgio da independência goda. Em volta de Pelágio ajuntavam-se todos os homens esforçados que não tinham ainda desesperado da Providência e da própria espada. Muitos deles adormeceram para sempre nas solidões daqueles agrestes esconderijos, sem que vissem verificar-se as suas esperanças; outros, porém, saudaram ainda a aurora do dia da vingança e puderam dizer, morrendo: «A Espanha será salva!»

Era passado um ano depois da batalha do Chrysus. O número dos companheiros de Pelágio aumentava diariamente com os homens generosos que, depois da paz de Teodemiro com os árabes, deixavam este, para salvarem a sua independência nos fraguedos das Astúrias e da Cantábria.

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Capa do livro Eurico, o Presbítero
Páginas: 186
Página atual: 91

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 4
Capítulo 3 7
Capítulo 4 12
Capítulo 5 18
Capítulo 6 22
Capítulo 7 28
Capítulo 8 32
Capítulo 9 46
Capítulo 10 55
Capítulo 11 63
Capítulo 12 71
Capítulo 13 90
Capítulo 14 105
Capítulo 15 121
Capítulo 16 134
Capítulo 17 148
Capítulo 18 158
Capítulo 19 171
Capítulo 20 176