às vezes umas luzes vagas
No meio desta noite tenebrosa…
Na longa praia, entre o rugir das vagas,
Transparece uma forma luminosa…
A alma inclina-se, então, por sobre as fragas,
A espreitar essa aurora duvidosa…
Se é dum mundo melhor a profecia,
Ou apenas das ondas a ardentia.
Sai do cadinho horrível das torturas,
Onde se estorce e luta a alma humana,
Uma voz que atravessa essas alturas
Com voo d’águia e força soberana!
O que há-de ser? que verbo de amarguras?
Que blasfémia a essa sorte desumana?
Que grito d’ódio e sede de vingança?…
Uma benção a Deus! uma esperança!
Rasga d’entre os tormentos a esperança…
Dos corações partidos nasce um lírio…
Ó vitória do Amor, da confiança,
Sobre a Dor, que se estorce em seu delírio!…
A mente