a Terra-prometida!
V
Ó Ideal! se é certo o que nos dizem,
Que é para ti que vamos, neste escuro…
Se os que lutam e choram e maldizem
Hão-de inda abençoar-te no futuro…
Se há-de o mal renegar-se, e se desdizem
Ainda os Fados seu tremendo auguro…
E um dia havemos ver, cheios d’espanto,
Deus descobrir-se deste negro manto…
Se o Destino impassível há-de, uma hora,
Descruzar os seus braços sobre o mundo,
E a sua mão rasgar os véus da aurora,
Que, alfim, luza também no nosso fundo…
Se há-de secar seu pranto o olhar que chora,
E exultar inda o insecto mais imundo,
Mostrando o céu, à luz d’estranho dia,
As constelações novas da Harmonia…
Ah! que se espera então? O sangue corre,
Corre em ribeiras sobre a terra dura…
Não