Odes Modernas - Cap. 4: CAPÍTULO IV – PATER Pág. 39 / 143

Sim, monge! triste e só - porque o devora

A vaga nostalgia do deserto;

E vela a noite, e vai sempre desperto

A olhar de que banda venha a aurora.

Padre… o Espírito! o que anda em nós [- o auguro,

Que n’alma traça o círculo divino;

A Cumana, que em verso sibilino

Dita aos homens os cantos do futuro.

Vós, Poetas, vós sois também sibilas,

Que adivinhais e andais com voz fremente

Sempre a gritar – avante! avante! à gente,

Por cidades, por montes e por vilas.

Vós sois os pregadores do Ideal,

Que lançais a palavra aos quatro ventos:

A tribo de Levi, que em mil tormentos

Guarda a Arca, dos filhos de Baal.

Sim, Padre! o poeta crente, que alevanta,

Como hóstias, as almas para os céus!

O pregador, que fala, enquanto Deus

Lhe arma de corações tribuna santa.





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