Os que na frente vão, bradando - alerta!
Sentinelas perdidas no futuro…
Os que o clarim do abismo, pelo escuro,
Faz em sonhos tremer, e enfim desperta.
A coorte dos pálidos proscritos,
Que tem nos rostos estampada a fome;
Que, enquanto o frio os rói e os consome
Trazem no coração deuses escritos.
Os heróis que, com pulsos algemados,
Vão ao mundo pregando a liberdade -
Astros, a quem se nega a claridade…
Nas trevas dos ergástulos cerrados.
Que - enquanto os pés na terra, em corropio,
Lhes fogem - impassíveis, firmes, altos,
Meditam, sem temor nem sobressaltos,
Riscando as sociedades no vazio.
Que - enquanto a Lei os tem em fundas covas,
Como traidores, ímpios, embusteiros -
Sobre esse mesmo chão dos cativeiros
Semeiam a seara das leis novas.