Odes Modernas - Cap. 4: CAPÍTULO IV – PATER Pág. 40 / 143

Os que na frente vão, bradando - alerta!

Sentinelas perdidas no futuro…

Os que o clarim do abismo, pelo escuro,

Faz em sonhos tremer, e enfim desperta.

A coorte dos pálidos proscritos,

Que tem nos rostos estampada a fome;

Que, enquanto o frio os rói e os consome

Trazem no coração deuses escritos.

Os heróis que, com pulsos algemados,

Vão ao mundo pregando a liberdade -

Astros, a quem se nega a claridade…

Nas trevas dos ergástulos cerrados.

Que - enquanto os pés na terra, em corropio,

Lhes fogem - impassíveis, firmes, altos,

Meditam, sem temor nem sobressaltos,

Riscando as sociedades no vazio.

Que - enquanto a Lei os tem em fundas covas,

Como traidores, ímpios, embusteiros -

Sobre esse mesmo chão dos cativeiros

Semeiam a seara das leis novas.





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