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Capítulo 2: CAPÍTULO I
VARIAÇÃO SOB DOMESTICAÇÃO

Página 10

Poder-se-ia apresentar facilmente uma longa lista de «plantas anómalas»; por este termo, os jardineiros entendem um único botão ou rebento, que subitamente adquire um carácter novo e por vezes muito diferente do carácter do resto da planta. Pode-se propagar esses botões através de enxertos, etc., e por vezes através de sementes. Estas «anomalias» são extremamente raras em estado natural, mas nada raras no caso das plantas cultivadas; e, neste caso, vemos que o tratamento da progenitora afectou um botão ou rebento e não os óvulos ou o pólen. Mas maioritariamente os fisiólogos são da opinião de que não há uma diferença essencial entre um botão e um óvulo nas suas primeiras etapas de formação; pelo que, na verdade, as «anomalias» sustentam a minha perspectiva, de que se pode em grande medida atribuir a variabilidade aos óvulos ou ao pólen, ou a ambos, tendo sido afectados pelo tratamento da progenitor a antes do acto da concepção. Estes casos mostram de uma maneira ou de outra que a variação não está necessariamente ligada, como supõem alguns autores, ao acto da geração.

As plantas jovens provindas do mesmo fruto e as crias da mesma ninhada por vezes diferem consideravelmente entre si, embora as crias e os pais, como observou Müller, tenham, ao que parece, sido expostas exactamente às mesmas condições de vida; e isto mostra como são pouco importantes os efeitos directos das condições de vida, por comparação com as leis da reprodução, do crescimento e da hereditariedade; pois se a acção das condições tivesse sido directa, se qualquer uma das crias tivesse variado, todas provavelmente teriam variado da mesma maneira. Avaliar, no caso de qualquer variação, quanto se deve atribuir à acção directa do calor, humidade, luz, alimentação, etc.

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pág. 10 (Capítulo 2)

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Capa do livro A Origem das Espécies
Páginas: 524
Página atual: 10

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I
VARIAÇÃO SOB DOMESTICAÇÃO
7
CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA
49
CAPÍTULO III
LUTA PELA EXISTÊNCIA
67
CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL
88
CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO
143
CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA
184
CAPÍTULO VII
INSTINTO
223
CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO 263
CAPÍTULO IX
SOBRE A INPERFEIÇÃO DO REGISTO GEOLÓGICO
302
CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS
336
CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
372
CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação)
411
CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.
441
CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO
491