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Capítulo 2: CAPÍTULO I
VARIAÇÃO SOB DOMESTICAÇÃO

Página 11
, é dificílimo: parece-me que nos animais tais acções produziram pouquíssimos efeitos directos, embora aparentemente mais no caso das plantas. Deste ponto de vista, as recentes experiências que o Sr. Buckman fez com plantas parecem extremamente valiosas. Quando todos ou quase todos os indivíduos expostos a certas condições são afectados da mesma maneira, parece que à partida a mudança se deve directamente a tais condições; mas nalguns casos pode-se mostrar que condições completamente opostas produzem mudanças de estrutura similares. Não obstante, penso que uma ligeira quantidade de mudança é atribuível à acção directa das condições de vida - como se atribui, nalguns casos, o aumento de tamanho à quantidade de alimentos, a coloração a certo tipo de alimentos e à luz, e talvez a espessura do pêlo ao clima.

O hábito tem também uma influência inequívoca, como no período de floração nas plantas, quando transportadas de um clima para outro. Nos animais tem um efeito mais marcado; por exemplo, verifico que no pato doméstico os ossos da asa pesam menos e os ossos da perna pesam mais, proporcionalmente a todo o esqueleto, do que os mesmos ossos no pato selvagem; e presumo que se pode atribuir seguramente esta mudança ao facto de o pato doméstico voar muito menos e caminhar mais do que o seu antecessor selvagem. O enorme desenvolvimento hereditário dos úberes nas vacas e cabras, em regiões onde a sua ordenha é habitual, por comparação ao estado destes órgãos noutras regiões, é outro exemplo do efeito do uso. Não se pode nomear um único animal doméstico que não tenha, numa região qualquer, orelhas descaídas; e a perspectiva sugerida por alguns autores de que o descaimento se deve ao desuso dos músculos da orelha, por causa de os animais não se alarmarem muito com o perigo, parece plausível.

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Capa do livro A Origem das Espécies
Páginas: 524
Página atual: 11

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I
VARIAÇÃO SOB DOMESTICAÇÃO
7
CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA
49
CAPÍTULO III
LUTA PELA EXISTÊNCIA
67
CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL
88
CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO
143
CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA
184
CAPÍTULO VII
INSTINTO
223
CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO 263
CAPÍTULO IX
SOBRE A INPERFEIÇÃO DO REGISTO GEOLÓGICO
302
CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS
336
CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
372
CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação)
411
CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.
441
CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO
491