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Capítulo 6: CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO

Página 149
insecto à ilha, a tendência da selecção natural para aumentar ou reduzir as asas dependerá de um maior número de indivíduos ter ou não sido preservado por lutar afortunadamente com os ventos, ou por desistir e raramente, ou nunca, voar. Como acontece com os marinheiros naufragados perto do litoral, seria melhor para os bons nadadores serem capazes de nadar ainda mais longe, ao passo que seria melhor para os maus nadadores não serem de todo capazes de nadar, ficando presos nos destroços.

Os olhos das toupeiras e de alguns roedores subterrâneos têm um tamanho rudimentar e em alguns casos estão completamente cobertos de pele e pêlo. Este estado dos olhos deve-se provavelmente à redução gradual pelo desuso, mas foi auxiliado talvez pela selecção natural. Na América do Sul, um roedor subterrâneo, o tuco-tuco, ou Ctenomys, é ainda mais subterrâneo nos seus hábitos do que a toupeira; e, segundo me afiançou um hispânico que as apanhava frequentemente, é normal serem cegos; um que mantive vivo encontrava-se seguramente nesta condição, causada, como a dissecação pareceu indicar, pela inflamação da membrana nictitante. Como as inflamações frequentes dos olhos devem ser prejudiciais a qualquer animal e como os olhos não são seguramente indispensáveis a animais de hábitos subterrâneos, uma redução no seu tamanho com a aderência das pálpebras e o crescimento de pêlo sobre elas pode, em tal caso, ser uma vantagem, e nessas circunstâncias a selecção natural auxiliaria constantemente os efeitos do desuso.

É bem sabido que muitos animais pertencentes às classes mais distintas que habitam as cavernas da Styria e do Kentucky são cegos. Em alguns caranguejos o pedúnculo ocular permanece, embora o olho tenha desaparecido. O suporte do telescópio está lá, embora o telescópio e as lentes se tenham perdido.

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pág. 149 (Capítulo 6)

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Capa do livro A Origem das Espécies
Páginas: 524
Página atual: 149

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I
VARIAÇÃO SOB DOMESTICAÇÃO
7
CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA
49
CAPÍTULO III
LUTA PELA EXISTÊNCIA
67
CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL
88
CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO
143
CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA
184
CAPÍTULO VII
INSTINTO
223
CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO 263
CAPÍTULO IX
SOBRE A INPERFEIÇÃO DO REGISTO GEOLÓGICO
302
CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS
336
CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
372
CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação)
411
CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.
441
CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO
491