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Capítulo 8: CAPÍTULO VII
INSTINTO

Página 244

Portanto, podemos seguramente concluir que se pudéssemos modificar ligeiramente os instintos que a Melipona já possui, que em si não são muito admiráveis, esta abelha faria uma estrutura tão maravilhosamente perfeita como a da abelha-operária. Temos de supor que a Melipona faz os seus alvéolos realmente esféricos e de tamanho igual; e isto não seria muito surpreendente, vendo que ela já o faz até certo ponto e vendo as cavidades perfeitamente cilíndricas que muitos insectos conseguem fazer na madeira, aparentemente girando sobre um ponto fixo. Temos de supor que a Melipona dispõe os seus alvéolos por camadas planas, como já faz os alvéolos cilíndricos; e temos de supor além disso, e esta é a maior dificuldade, que pode de alguma maneira discernir com precisão a que distância ficar das suas colegas obreiras quando estão muitas a fazer as suas esferas; mas ela já consegue a tal ponto avaliar a distância, que desenha sempre as suas esferas de modo a intersectarem-se amplamente; então une os pontos de intersecção através de superfícies perfeitamente planas. Temos ainda de supor, mas isto não é uma dificuldade, que, depois de ter formado prismas hexagonais pela intersecção de esferas adjacentes na mesma camada, a MeliPona pode prolongar o hexágono até qualquer extensão necessária para conter a reserva de mel; da mesma maneira que o grosseiro zângão adiciona cilindros de cera às aberturas circulares dos seus velhos casulos. Através de tais modificações de instintos, em si não muito admiráveis - dificilmente mais admiráveis do que os que orientam uma ave a fazer o seu ninho -, creio que a abelha-operária adquiriu por meio de selecção natural os seus inimitáveis poderes arquitectónicos.

Mas pode-se testar experimentalmente esta teoria.

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pág. 244 (Capítulo 8)

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Capa do livro A Origem das Espécies
Páginas: 524
Página atual: 244

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I
VARIAÇÃO SOB DOMESTICAÇÃO
7
CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA
49
CAPÍTULO III
LUTA PELA EXISTÊNCIA
67
CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL
88
CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO
143
CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA
184
CAPÍTULO VII
INSTINTO
223
CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO 263
CAPÍTULO IX
SOBRE A INPERFEIÇÃO DO REGISTO GEOLÓGICO
302
CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS
336
CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
372
CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação)
411
CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.
441
CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO
491