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Capítulo 9: CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO

Página 271
é, se os géneros dos animais são tão distintos entre si como os géneros das plantas, então temos de inferir que os animais mais distanciados na escala da natureza podem ser mais facilmente cruzados do que no caso das plantas; mas creio que os híbridos em si são mais estéreis. Tenho dúvidas quanto a se poder considerar que qualquer caso de um híbrido perfeitamente fértil foi cuidadosamente autenticado. Deve-se todavia ter em mente que, devido a poucos animais procriarem livremente em cativeiro, poucas experiências foram apropriadamente ensaiadas: por exemplo, o canário foi cruzado com nove outros tentilhões, mas como nem uma destas nove espécies procria livremente em cativeiro, não podemos esperar que os primeiros cruzamentos entre eles e o canário, ou que os seus híbridos, sejam perfeitamente férteis. Mais uma vez, no que se refere à fertilidade em gerações sucessivas dos animais híbridos mais férteis, praticamente desconheço qualquer exemplo em que duas famílias do mesmo híbrido foram criadas ao mesmo tempo a partir de pais diferentes, de maneira a evitar os maus efeitos do entrecruzamento próximo. Pelo contrário, tem-se habitualmente cruzado irmãos e irmãs em cada geração sucessiva, ao contrário do que recomendam constantemente todos os criadores. E, neste caso, não é de todo surpreendente que a esterilidade inerente nos híbridos continuasse a aumentar. A agirmos assim, emparelhando irmãos e irmãs no caso de qualquer animal puro, que por qualquer causa tivesse uma tendência mínima para a esterilidade, a linhagem perder-se-ia seguramente em pouquíssimas gerações.

Embora desconheça quaisquer casos cuidadosamente autenticados de animais híbridos perfeitamente férteis, tenho alguma razão para crer que os híbridos do Cervulus vaginalis e reevesii, e do Phasianus colchicus com o P.

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pág. 271 (Capítulo 9)

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Capa do livro A Origem das Espécies
Páginas: 524
Página atual: 271

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I
VARIAÇÃO SOB DOMESTICAÇÃO
7
CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA
49
CAPÍTULO III
LUTA PELA EXISTÊNCIA
67
CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL
88
CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO
143
CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA
184
CAPÍTULO VII
INSTINTO
223
CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO 263
CAPÍTULO IX
SOBRE A INPERFEIÇÃO DO REGISTO GEOLÓGICO
302
CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS
336
CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
372
CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação)
411
CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.
441
CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO
491