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Capítulo 9: CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO

Página 272
torquatus e como P. versicolor são perfeitamente férteis. Os híbridos do ganso comum e chinês (A. Cygnoides), espécies tão diferentes que são geralmente classificadas em géneros distintos, procriaram frequentemente neste país com uma ou outra antecessora pura, e, numa ocasião singular, procriaram inter se. Isto foi feito pelo Sr. Eyton, que criou dois híbridos a partir dos mesmos pais mas de ninhadas diferentes; e a partir destas duas aves criou não menos do que oito híbridos (netos dos gansos puros) a partir de um ninho. Na índia, todavia, estes gansos híbridos devem ser muito mais férteis; pois asseguram-me dois especialistas eminentemente capazes, nomeadamente o Sr. Blyth e o Capo Hutton, de que bandos inteiros de gansos cruzados são mantidos em várias regiões do país; e como são mantidos para gerar lucro, onde nenhuma das espécies progenitor as puras existe, têm seguramente de ser muito férteis.

Uma doutrina iniciada com Pallas* foi largamente aceite pelos naturalistas modernos; a de que a maioria dos nossos animais domésticos descende de duas ou mais espécies aborígenes, que desde então se misturam por entrecruzamento. Segundo esta perspectiva, as espécies aborígenes devem ou ter produzido de iníciao híbridos completamente férteis, ou os híbridos devem-se ter tornado em gerações subsequentes completamente férteis sob domesticação. Esta última alternativa parece-me a mais provável e tendo a acreditar na sua verdade, embora não assente em quaisquer indícios directos. Creio, por exemplo, que os nossos cães descendem de diversas castas selvagens; no entanto, talvez com a excepção de certos cães domésticos indígenas da "América do Sul, todos são completamente férteis entre si; e a analogia faz-me duvidar muito de que as diversas espécies aborígenes teriam ou não de início procriado livremente entre si, produzindo híbridos completamente férteis.

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Capa do livro A Origem das Espécies
Páginas: 524
Página atual: 272

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I
VARIAÇÃO SOB DOMESTICAÇÃO
7
CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA
49
CAPÍTULO III
LUTA PELA EXISTÊNCIA
67
CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL
88
CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO
143
CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA
184
CAPÍTULO VII
INSTINTO
223
CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO 263
CAPÍTULO IX
SOBRE A INPERFEIÇÃO DO REGISTO GEOLÓGICO
302
CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS
336
CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
372
CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação)
411
CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.
441
CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO
491