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Capítulo 9: CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO

Página 276
Poder-se-ia apresentar uma multidão de casos de espécies intimamente próximas que não se unem, ou só o farão com extrema dificuldade; e, por outro lado, de espécies bastante distintas que se unem com a maior facilidade. Na mesma família pode haver um género, como o Dianthus, em que muitíssimas espécies se podem cruzar com a maior facilidade; e outro género, como o Silene, em que os esforços mais perseverantes não conseguiram produzir um único híbrido entre espécies extremamente próximas. Mesmo dentro dos limites do mesmo género, deparamo-nos com esta mesma diferença; por exemplo, as muitas espécies de Nicotiana têm sido mais amplamente cruzadas do que as espécies de quase qualquer outro género; mas Gärtner descobriu que a N. acuminata, que não é uma espécie particularmente distinta, foi obstinadamente incapaz de fertilizar ou ser fertilizada por não menos do que oito outras espécies de Nicotiana. Poder-se-ia apresentar muitíssimos factos análogos.

Ninguém foi capaz de indicar que tipo ou quantidade de diferença em qualquer carácter reconhecível é suficiente para impedir o cruzamento de duas espécies. Pode-se-mostrar que as plantas que diferem mais em hábito e aparência geral, com diferenças fortemente marcadas em cada parte da flor, mesmo no pólen, no fruto e nos cotilédones, podem ser cruzadas. As plantas anuais e as perenes, as árvores decíduas e assempervirentes*, as plantas que habitam diferentes locais e estão adaptadas a climas muitíssimo diferentes, podem ser frequentemente cruzadas com facilidade.

Por cruzamento recíproco entre duas espécies entendo o caso, por exemplo, de um garanhão cruzado primeiramente com uma fêmea de jumento, e posteriormente de um jumento com uma égua: pode-se então afirmar que estas duas espécies foram reciprocamente cruzadas.

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pág. 276 (Capítulo 9)

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Capa do livro A Origem das Espécies
Páginas: 524
Página atual: 276

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I
VARIAÇÃO SOB DOMESTICAÇÃO
7
CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA
49
CAPÍTULO III
LUTA PELA EXISTÊNCIA
67
CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL
88
CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO
143
CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA
184
CAPÍTULO VII
INSTINTO
223
CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO 263
CAPÍTULO IX
SOBRE A INPERFEIÇÃO DO REGISTO GEOLÓGICO
302
CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS
336
CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
372
CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação)
411
CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.
441
CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO
491