A Origem das Espécies - Cap. 11: CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS Pág. 364 / 524

Este processo, enquanto deixa o embrião quase inalterado, acrescenta continuamente, no decorrer de gerações sucessivas, cada vez mais diferença ao adulto.

Assim, o embrião torna-se um género de imagem, preservada pela natureza, da condição antiga e menos modificada de cada animal. Esta perspectiva pode ser verdadeira sem que no entanto possa alguma vez ser inteiramente provada. Ao ver, por exemplo, que os mais antigos mamíferos, répteis e peixes conhecidos, pertencem estritamente às suas próprias classes, embora algumas destas antigas formas sejam ligeiramente menos distintas entre si do que os membros típicos dos mesmos grupos no presente, seria vão procurar animais com o carácter embrionário comum dos vertebrados, antes que se descubra camadas muito abaixo dos estratos silurianos inferiores - uma descoberta cuja probabilidade é muito pequena.

Sobre a sucessão dos mesmos tipos nas mesmas áreas, durante os mais recentes períodos terciários. - O Sr. Clift mostrou há muitos anos que os mamíferos fósseis das grutas australianas eram intimamente próximos dos marsupiais vivos desse continente. Na América do Sul, mesmo um observador impreparado consegue captar uma relação semelhante nos fragmentos gigantes de carapaça como os do armadilho, descobertos em diversas partes de La Plata; e o Professor Owen mostrou da maneira mais impressionante que a maior parte dos mamíferos fósseis, ali enterrados em grande quantidade, são próximos dos tipos sul-americanos. Esta relação é ainda mais evidente na maravilhosa colecção de ossos fósseis que os Srs. Lund e Clausen recolheram nas grutas do Brasil. Fiquei tão impressionado com estes factos que insisti energicamente, em 1839 e 1845, nesta «lei da sucessão de tipos» - nesta «maravilhosa relação entre os mortos e os vivos no mesmo continente».





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