extraordinária como as produções europeias se propagaram recentemente na Nova Zelândia, apoderando-se de espaços que têm de ter sido previamente ocupados, podemos acreditar que se todos os animais e plantas do Reino Unido fossem soltos na Nova Zelândia, com o passar do tempo uma multidão de formas britânicas se tornaria completamente naturalizada ali, exterminando muitas formas nativas. Por outro lado, pelo que vemos ocorrer hoje na Nova Zelândia e por quase nenhum habitante do hemisfério sul se ter tornado selvagem em qualquer parte da Europa, podemos duvidar, no caso de todas as produções da Nova Zelândia serem soltas no Reino Unido, se qualquer número considerável conseguiria ou não apoderar-se de espaços hoje ocupados pelas nossas plantas e animais nativos. Sob este ponto de vista, pode-se afirmar que as produções do Reino Unido são superiores às da Nova Zelândia. Porém, o naturalista mais competente, a partir da observação das espécies dos dois países, não poderia prever este resultado.
Agassiz insiste em que os animais antigos se assemelham até certo ponto aos embriões de animais recentes, pertencentes às mesmas classes; ou que a sucessão geológica de formas extintas é de alguma maneira paralela ao desenvolvimento embrionário das formas recentes. Tenho de seguir a opinião de Pictet e Huxley, para quem a verdade desta doutrina está muito longe de ser provada. Contudo, espero bem vê-la comprovada no futuro, pelo menos no que se refere aos grupos subordinados, que se afastaram entre si em períodos comparativamente recentes. Pois esta doutrina de Agassiz harmoniza-se com a teoria da selecção natural. Num capítulo posterior procurarei mostrar que o adulto difere do seu embrião devido a variações que não sobrevêm na juventude, sendo herdadas numa idade correspondente.