moluscos terrestres distintos mas representativos, alguns dos quais vivem em fendas nas rochas; e, embora grandes quantidades de pedra sejam anualmente transportadas de Porto Santo para a Madeira, esta última ilha não foi colonizada pelas espécies de Porto Santo: não obstante, ambas as ilhas foram colonizadas por alguns moluscos terrestres europeus, que sem dúvida tinham alguma vantagem sobre as espécies indígenas. A partir destas considerações, penso que não temos de nos maravilhar excessivamente perante as espécies endémicas e representativas que habitam as diversas ilhas do Arquipélago das Galápagos, não se tendo propagado universalmente de ilha para ilha. Em muitos outros exemplos, como nas diversas zonas do mesmo continente, a ocupação prévia desempenhou provavelmente um papel importante na restrição da mistura de espécies sob as mesmas condições de vida. Assim, o Sudeste e o Sudoeste da Austrália, embora tenham quase as mesmas condições físicas e estejam unidos por continuidade terrestre, são habitados por um vasto número de mamíferos, aves e plantas distintos.
O princípio que determina o carácter geral da fauna e flora das ilhas oceânicas, nomeadamente, que os habitantes, quando não exactamente idênticos são porém manifestamente próximos aos habitantes daquela região, de onde os colonizadores mais facilmente poderiam vir - tendo-se posteriormente modificado e mais bem adaptado aos seus novos ambientes -, tem a mais ampla aplicação em toda a natureza. Vemos isto em cada montanha, lago e pântano. Pois as espécies alpinas, excepto na medida em que as mesmas formas, sobretudo de plantas, se propagaram amplamente por todo o mundo durante a última época glacial, são próximas às das planícies circundantes; temos assim, na América do Sul, colibris alpinos, roedores alpinos, plantas alpinas, etc.