divisões principais; enquanto os órgãos de reprodução, que produzem a semente, são da mais elevada importância!
Não podemos, portanto, na classificação, confiar nas semelhanças entre as partes da organização, por muito importantes que possam ser para o bem-estar do ser relativamente ao mundo exterior. Talvez seja esta em parte a causa de quase todos os naturalistas darem a maior ênfase a semelhanças em órgãos de elevada importância vital ou fisiológica. Sem dúvida que esta perspectiva da importância classificativa dos órgãos importantes é geralmente, mas de modo nenhum sempre, verdadeira. Mas creio que a sua importância para a classificação depende da sua maior constância em grandes grupos de espécies; e esta constância depende de tais órgãos terem em geral sido sujeitos a menos mudança na adaptação das espécies às suas condições de vida. Que a importância meramente fisiológica de um órgão não determina o seu valor classificativo mostra-se praticamente pelo facto de que em grupos próximos, nos quais o mesmo órgão, como temos toda a razão para supor, tem quase o mesmo valor fisiológico, o seu valor classificativo é muito diferente. Nenhum naturalista pode ter trabalhado sobre grupo algum sem ter ficado impressionado com este facto; e isto tem sido plenamente reconhecido nos textos de quase todos os autores. Bastará citar a mais ilustre autoridade, Robert Brown, que ao falar de determinados órgãos nas Proteáceas, afirma que a sua importância genérica, «como a de todas as suas partes, não só nesta mas, segundo compreendo, em todas as famílias naturais, é bastante desigual e em alguns casos parece ter-se perdido por completo». Mais uma vez, noutra obra, Brown afirma que os géneros das Conaráceas «diferem na posse de um ou mais ovários, na existência ou ausência de albúmen, na estivação imbrica da ou valvular.