Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 14: CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.

Página 483
Nada pode ser mais evidente do que as asas serem formadas para o voo, porém em quantos insectos observamos asas de tamanho tão reduzido ao ponto de serem completamente incapazes de voar, não raro alojadas sob élitros, firmemente unidos!

O significado dos órgãos rudimentares é muitas vezes absolutamente inequívoco: por exemplo, há escaravelhos do mesmo género (e até da mesma espécie) que se assemelham entre si mais intimamente em todos os aspectos, sendo que um terá asas inteiras e o outro meros rudimentos de membrana; e aqui é impossível duvidar de que os rudimentos representam asas. Os órgãos rudimentares por vezes retêm a sua potencialidade e apenas não se desenvolvem; é o que parece acontecer com as mamas nos machos mamíferos, pois há registo de muitos exemplos em que estes órgãos se desenvolveram completamente em machos adultos, tendo segregado leite. Pelo que mais uma vez há normalmente quatro tetas desenvolvidas e duas rudimentares nos úberes do género Bos, mas nas nossas vacas domésticas por vezes os dois desenvolvem-se e dão leite. Nas plantas individuais da mesma espécie, as pétalas por vezes ocorrem como meros rudimentos e por vezes num estado bem desenvolvido. Nas plantas com sexos distintos, as flores masculinas têm frequentemente um pistilo rudimentar; e Kölreuter descobriu que, ao cruzar tais plantas macho com uma espécie hermafrodita, o rudimento de pistilo na prole híbrida era muito maior; e isto mostra que o rudimento e o pistilo perfeito têm uma natureza essencialmente semelhante.

Um órgão que serve para duas finalidades pode tornar-se rudimentar ou completamente abortado para uma delas, inclusive a finalidade mais importante; e permanecer eficiente para a outra. Assim, nas plantas, a função do pistilo é permitir que os tubos de pólen alcancem os óvulos protegidos no ovário na sua base.

<< Página Anterior

pág. 483 (Capítulo 14)

Página Seguinte >>

Capa do livro A Origem das Espécies
Páginas: 524
Página atual: 483

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I
VARIAÇÃO SOB DOMESTICAÇÃO
7
CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA
49
CAPÍTULO III
LUTA PELA EXISTÊNCIA
67
CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL
88
CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO
143
CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA
184
CAPÍTULO VII
INSTINTO
223
CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO 263
CAPÍTULO IX
SOBRE A INPERFEIÇÃO DO REGISTO GEOLÓGICO
302
CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS
336
CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
372
CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação)
411
CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.
441
CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO
491