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Capítulo 14: CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.

Página 485

É um facto importante que os órgãos rudimentares, tais como os dentes nas maxilas superiores das baleias e ruminantes, podem por vezes ser detectados no embrião, mas mais tarde desaparecem completamente. Creio que também é regra universal uma parte ou órgão rudimentar ser maior relativamente às partes adjacentes no embrião, por comparação com o adulto; pelo que o órgão nesta idade temporã é menos rudimentar, ou nem se pode mesmo afirmar que é rudimentar em maior ou menor grau. Por isso, também se afirma frequentemente que um órgão rudimentar no adulto retém a sua condição embrionária.

Apresentei os principais factos a respeito dos órgãos rudimentares. Ao reflectir neles, todos ficarão dominados pelo espanto: pois o mesmo poder de raciocínio que nos diz claramente que a maioria das partes e órgãos são refinadamente adaptados para certas finalidades diz-nos com igual evidência que estes órgãos rudimentares ou atrofiados são imperfeitos e inúteis. Em obras sobre história natural, geralmente afirma-se que os órgãos rudimentares foram criados «em prol da simetria», ou de maneira «a completar o esquema da natureza»; mas isto não me parece uma explicação, apenas uma reiteração do facto. Considerar-se-ia suficiente afirmar que porque os planetas giram em órbitas elípticas em volta do Sol, os satélites seguem o mesmo percurso em volta dos planetas, em prol da simetria, e para completar o esquema da natureza? Um ilustre fisiólogo explica a presença de órgãos rudimentares supondo que servem para excretar matéria em excesso, ou prejudicial ao sistema; mas poderemos supor que a minúscula papila, que frequentemente representam o pistilo nas flores macho, e que é formada meramente por tecido celular, pode agir desta maneira? Poderemos supor

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pág. 485 (Capítulo 14)

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Capa do livro A Origem das Espécies
Páginas: 524
Página atual: 485

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I
VARIAÇÃO SOB DOMESTICAÇÃO
7
CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA
49
CAPÍTULO III
LUTA PELA EXISTÊNCIA
67
CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL
88
CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO
143
CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA
184
CAPÍTULO VII
INSTINTO
223
CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO 263
CAPÍTULO IX
SOBRE A INPERFEIÇÃO DO REGISTO GEOLÓGICO
302
CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS
336
CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
372
CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação)
411
CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.
441
CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO
491