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Capítulo 15: CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO

Página 505
número para um único acto, sendo depois massacrados pelas suas irmãs estéreis; perante o surpreendente desperdício de pólen pelos nossos abetos, perante o ódio instintivo da abelha rainha pelas suas próprias filhas férteis; perante as vespas icnêumones que se alimentam dentro dos corpos vivos das lagartas; e perante outros casos semelhantes. A maravilha está, na verdade, segundo a teoria da selecção natural, em não se ter observado mais casos de ausência de perfeição absoluta.

As leis complexas e pouco conhecidas que regem a variação são as mesmas, tanto quanto podemos ver, que as que regeram a produção das chamadas «formas específicas». Em ambos os casos, as condições físicas não parecem ter produzido senão um pequeno efeito directo; porém, quando as variedades entram em qualquer zona, adquirem ocasionalmente alguns dos caracteres das espécies próprias dessa zona. Nas variedades como nas espécies, o uso e o desuso parecem ter produzido algum efeito; pois é difícil resistir a esta conclusão quando olhamos, por exemplo, para o pato-de-asas-curtas, cujas asas não lhe permitem voar, quase na mesma condição que no pato doméstico; ou quando observamos o escavador tuco-tuco, que por vezes é cego, e então para certas toupeiras, que são normalmente cegas e têm os olhos cobertos de pele; ou quando observamos os animais cegos que habitam as cavernas escuras da América e da Europa. Nas variedades como nas espécies, a correlação de crescimento parece ter desempenhado um papel muitíssimo importante, de modo que quando uma parte é modificada, as outras partes são necessariamente modificadas. Nas variedades como nas espécies ocorrem reversões a caracteres há muito perdidos. Como é inexplicável, com base na teoria da criação, o aparecimento ocasional

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pág. 505 (Capítulo 15)

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Capa do livro A Origem das Espécies
Páginas: 524
Página atual: 505

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I
VARIAÇÃO SOB DOMESTICAÇÃO
7
CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA
49
CAPÍTULO III
LUTA PELA EXISTÊNCIA
67
CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL
88
CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO
143
CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA
184
CAPÍTULO VII
INSTINTO
223
CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO 263
CAPÍTULO IX
SOBRE A INPERFEIÇÃO DO REGISTO GEOLÓGICO
302
CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS
336
CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
372
CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação)
411
CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.
441
CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO
491