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Capítulo 15: CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO

Página 506
de listras no ombro e nas pernas de diversas espécies do género equino e nos seus híbridos! Como é simples a explicação deste facto se acreditamos que estas espécies descendem de um progenitor listrado, da mesma maneira que as diversas linhagens domésticas de pombos descendem do pombo comum, azul e riscado.

Na perspectiva comum de que cada espécie foi criada independentemente, por que razão os caracteres específicos, ou aqueles em que as espécies do mesmo género diferem entre si, seriam mais variáveis do que os caracteres genéricos, em que todas concordam? Por que razão, por exemplo, seria a cor de uma flor mais susceptível a variar em qualquer espécie de um género, se as outras espécies, que se supõe terem sido criadas independentemente, têm flores diferentemente coloridas, do que se todas as espécies do género tivessem as mesmas flores coloridas? Se as espécies são apenas variedades bem marcadas, cujos caracteres adquiriram um grau elevado de permanência, podemos compreender este facto; pois têm já variado desde que se afastaram de um progenitor comum em certos caracteres, pelos quais vieram a ser especificamente distintas entre si; e, portanto, há maior probabilidade de estes caracteres serem ainda mais variáveis do que os caracteres genéricos que foram herdados sem variação durante um período enorme. É inexplicável, com base na teoria da criação, por que razão uma parte desenvolvida de uma maneira muito incomum em qualquer espécie de um género e, portanto, como podemos naturalmente inferir, de grande importância para a espécie, ser eminentemente susceptível à variação; mas, do meu ponto de vista, esta parte sofreu, desde que as diversas espécies divergiram de um progenitor comum, uma quantidade incomum de variabilidade e modificação, e portanto poderíamos esperar que esta parte geralmente fosse variável.

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pág. 506 (Capítulo 15)

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Capa do livro A Origem das Espécies
Páginas: 524
Página atual: 506

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I
VARIAÇÃO SOB DOMESTICAÇÃO
7
CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA
49
CAPÍTULO III
LUTA PELA EXISTÊNCIA
67
CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL
88
CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO
143
CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA
184
CAPÍTULO VII
INSTINTO
223
CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO 263
CAPÍTULO IX
SOBRE A INPERFEIÇÃO DO REGISTO GEOLÓGICO
302
CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS
336
CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
372
CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação)
411
CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.
441
CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO
491