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Capítulo 15: CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO

Página 517
Os órgãos em condição rudimentar mostram claramente que um progenitor mais antigo tinha o órgão num estado plenamente desenvolvido; e isto em algumas circunstâncias sugere necessariamente uma enorme quantidade de modificação nos descendentes. Em classes inteiras formam-se várias estruturas sobre o mesmo padrão, e em idade embrionária as espécies assemelham-se intimamente entre si. Portanto não posso duvidar de que a teoria da descendência com modificação abrange todos os membros da mesma classe. Creio que os animais descendem no máximo de apenas quatro ou cinco progenitores, e as plantas de um número igualou menor.

A analogia far-me-ia avançar mais uma etapa, nomeadamente, à crença de que todos os animais e plantas descendem de um protótipo. Mas a analogia pode ser um guia enganador. Não obstante, todos os seres vivos têm muito em comum, na sua composição química, nas suas vesículas germinais, na sua estrutura celular, e nas suas leis de crescimento e reprodução. Vemos isto mesmo numa circunstância tão trivial como a de o mesmo veneno afectar muitas vezes de modo similar plantas e animais; ou que o veneno segregado pelo cinipídeo produz excrescências monstruosas na roseira brava ou no carvalho. Devo portanto inferir, a partir da analogia, que provavelmente todos os seres orgânicos que já viveram nesta Terra descendem de uma forma primordial, na qual a vida foi pela primeira vez insuflada.

Quando as perspectivas adoptadas neste volume sobre a origem das espécies, ou quando perspectivas análogas forem geralmente admitidas, podemos levemente antever que haverá uma considerável revolução na história natural. Os sistematizadores serão capazes de progredir nos seus trabalhos como hoje em dia; mas não serão incessantemente perseguidos pela dúvida sombria sobre se esta ou aquela forma serem ou não em essência uma espécie.

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pág. 517 (Capítulo 15)

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Capa do livro A Origem das Espécies
Páginas: 524
Página atual: 517

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I
VARIAÇÃO SOB DOMESTICAÇÃO
7
CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA
49
CAPÍTULO III
LUTA PELA EXISTÊNCIA
67
CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL
88
CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO
143
CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA
184
CAPÍTULO VII
INSTINTO
223
CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO 263
CAPÍTULO IX
SOBRE A INPERFEIÇÃO DO REGISTO GEOLÓGICO
302
CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS
336
CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
372
CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação)
411
CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.
441
CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO
491