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Capítulo 3: CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA

Página 56
Estas variedades, além disso, serão frequentemente classificadas por alguns autores como espécies. Veja-se o carvalho comum, como foi meticulosamente estudado; contudo, um autor alemão conta mais do que uma dúzia de espécies entre as formas que muito geralmente são consideradas variedades; e, neste país, as mais elevadas autoridades em botânica e homens práticos podem ser citados para mostrar que os carvalhos sésseis e pedunculados são ou espécies genuínas distintas ou meras variedades.

Quando um jovem naturalista inicia o estudo de um grupo de organismos que desconhece inteiramente, fica a princípio muito perplexo para determinar quais as diferenças que considerará específicas e quais as que considerará como variedades; porquanto nada sabe acerca da quantidade e tipo de variação a que o grupo está sujeito; o que pelo menos mostra a que ponto alguma variação é geral. Mas, restringindo a sua atenção sobre uma classe, numa região, em breve decidirá como classificar na sua maior parte as formas duvidosas. Tenderá geralmente a muitas espécies, pois como o criador de pombos ou aves de capoeira a que se aludiu atrás, o jovem naturalista ficará impressionado com a quantidade de diferença nas formas que continuamente estuda; além de ter pouco conhecimento geral sobre a variação analógica noutros grupos e noutras regiões através do qual possa corrigir as suas primeiras impressões. Enquanto alarga o âmbito das suas observações, encontrará mais casos de dificuldade, pois será confrontado com um grande número de formas intimamente próximas. Mas se as suas observações forem bastante alargadas, isto permitir-lhe-á geralmente decidir quais designar como «variedades» e quais designar como «espécies»; mas será bem-sucedido à custa de admitir muita variação - e a verdade desta admissão será frequentemente contestada por outros naturalistas.

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Capa do livro A Origem das Espécies
Páginas: 524
Página atual: 56

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I
VARIAÇÃO SOB DOMESTICAÇÃO
7
CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA
49
CAPÍTULO III
LUTA PELA EXISTÊNCIA
67
CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL
88
CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO
143
CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA
184
CAPÍTULO VII
INSTINTO
223
CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO 263
CAPÍTULO IX
SOBRE A INPERFEIÇÃO DO REGISTO GEOLÓGICO
302
CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS
336
CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
372
CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação)
411
CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.
441
CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO
491