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Capítulo 3: CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA

Página 55

Muitos dos casos de variedades fortemente marcadas ou espécies duvidosas bem merecem consideração; pois, na tentativa de determinar qual a sua categoria, tem-se aplicado diversas linhas de argumentação interessantes a partir da distribuição geográfica, variação analógica, hibridismo, etc. Vou dar aqui um único exemplo, célebre, da prímula e da primavera-das-jardins, ou Primula veris e Primula elatior. Estas plantas diferem consideravelmente em aparência; têm um sabor diferente e emitem um odor diferente; dão flor em períodos ligeiramente diferentes; crescem em estações um tanto diferentes; aparecem em altitudes diferentes nas montanhas; têm distribuições geográficas diferentes; e, por fim, de acordo com numerosas experiências realizadas ao longo de muitos anos pelo meticulosíssimo observador que é Gärtner, só com muita dificuldade podem ser cruzadas. Dificilmente se poderia esperar melhores indícios de que as duas formas são especificamente distintas. Por outro lado, estão unidas por vários elos intermédios e é muito discutível tratar-se ou não de híbridos; há, além disto, segundo me parece, uma quantidade esmagadora de provas empíricas que mostram que estes elos descendem de antecessores comuns e, consequentemente, têm de ser classificados como variedades.

A investigação meticulosa, na maioria dos casos, fará que os naturalistas cheguem a acordo sobre o modo de classificar as formas duvidosas. Porém, há que admitir, é nas regiões mais conhecidas que encontramos o maior número de formas de valor duvidoso. Impressionou-me o facto de, no caso de qualquer animal ou planta em estado de natureza serem muito úteis ao homem ou por alguma razão lhe prenderem a atenção, quase universalmente se encontrar registo de variações desse animal ou planta.

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pág. 55 (Capítulo 3)

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Capa do livro A Origem das Espécies
Páginas: 524
Página atual: 55

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I
VARIAÇÃO SOB DOMESTICAÇÃO
7
CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA
49
CAPÍTULO III
LUTA PELA EXISTÊNCIA
67
CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL
88
CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO
143
CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA
184
CAPÍTULO VII
INSTINTO
223
CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO 263
CAPÍTULO IX
SOBRE A INPERFEIÇÃO DO REGISTO GEOLÓGICO
302
CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS
336
CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
372
CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação)
411
CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.
441
CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO
491