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Capítulo 4: CAPÍTULO III
LUTA PELA EXISTÊNCIA

Página 71
Portanto, visto que se produz mais indivíduos do que os que têm possibilidade de sobreviver, tem de haver em todo o caso uma luta pela existência, quer entre um indivíduo e outros da mesma espécie, quer entre indivíduos-de espécies distintas, quer entre os indivíduos e as condições físicas de vida. É a doutrina de Malthus aplicada com uma força variegada à totalidade dos reinos animal e vegetal; pois neste caso não pode haver qualquer acréscimo artificial de alimentos ou quaisquer restrições prudenciais através do casamento. Embora algumas espécies possam estar hoje em dia a crescer numericamente, mais ou menos rapidamente, não podem todas fazê-lo, pois o mundo não as poderia sustentar.

Não há excepção à regra de que todo o ser orgânico naturalmente cresce numericamente a um ritmo tão elevado que, não sendo destruído, em breve a Terra seria coberta pela progénie de um único par. Mesmo o homem, que se reproduz lentamente, duplicou numericamente em 25 anos e, a este ritmo, dentro de poucos milhares de anos a sua progénie não teria literalmente espaço para ficar de pé. Lineu calculou que se uma planta anual produzisse duas sementes apenas - e não há planta que seja assim tão improdutiva - e no ano seguinte as plantas nascidas destas sementes produzissem duas sementes, e assim sucessivamente, em 20 anos haveria um milhão de plantas. O elefante, entre todos os animais conhecidos, é considerado o procriador mais lento, e procurei a custo determinar a sua provável taxa mínima de crescimento numérico natural: será uma estimativa modesta supor que procria aos 30 anos de idade e que continua a procriar até aos 90 anos de idade, gerando neste intervalo três pares de crias; se isto fosse assim, ao fim de cinco séculos haveria 15 milhões de elefantes vivos, descendentes do primeiro par.

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Capa do livro A Origem das Espécies
Páginas: 524
Página atual: 71

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I
VARIAÇÃO SOB DOMESTICAÇÃO
7
CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA
49
CAPÍTULO III
LUTA PELA EXISTÊNCIA
67
CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL
88
CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO
143
CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA
184
CAPÍTULO VII
INSTINTO
223
CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO 263
CAPÍTULO IX
SOBRE A INPERFEIÇÃO DO REGISTO GEOLÓGICO
302
CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS
336
CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
372
CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação)
411
CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.
441
CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO
491