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Capítulo 7: Capítulo 7

Página 113
Não tinham olhos para ele, naturalmente! De súbito, uma ergueu os olhos. Contudo, apressadamente, com ar ofendido, desviou-os. Um rubor delicado como um banho de aguarelas inundou-lhe as faces. A mirada dura, sexual dele assustara-a. Fogem de mim aqueles que outrora me procuravam! Recomeçou a andar. Se, ao menos, Rosemary se encontrasse- ali! Perdoou-lhe por não ter escrito. Perdoar-lhe-ia tudo, se estivesse presente. Compreendia agora o muito que significava para ele, porque era a única de todas as mulheres do mundo disposta a salvá-lo da humilhação da solidão.

Naquele momento, olhou em frente e viu algo que lhe fez saltar o coração. Alterou a focagem da vista com brusquidão. Por instantes, supôs que se deixava iludir pela imaginação. Mas não! Era de facto Rosemary!

Vinha ao longo do beco entre as barracas, a uns vinte ou trinta metros dele. Dir-se-ia que o desejo de Gordon a materializara. Ela ainda não o vira. Continuava a aproximar-se, uma figura pequena e elegante, que abria caminho com naturalidade através da multidão e do lixo que pisava, o rosto visível com dificuldade em virtude do chapéu preto inclinado para os olhos como um de palha de homem. Ele começou a correr e chamá-la:

- Rosemary! Rosemary!

Um homem de avental azul que arrumava bacalhau numa pedra voltou-se, de olhos arregalados. No entanto, ela não o ouvia, devido ao barulho intenso.

- Rosemary! Rosemary!

Agora, apenas os separavam escassos metros. Ela estremeceu e ergueu a cabeça.

- Gordon! Que fazes aqui?

- E tu?

- Venho ver-te.

- Como sabias que estava aqui?

- Não sabia. Venho sempre por este caminho. Apeio-me do metro em Camden Town.

Ela às vezes visitava-o em Willowbed Road. Mrs. Wisbeach informava-o solenemente de que «uma jovem queria falar-lhe», e Gordon descia a escada, e iam dar uma volta pelas imediações. Rosemary nunca era autorizada a entrar, nem sequer no vestíbulo. Tratava-se de uma regra indiscutível da casa. A maneira como a dona da pensão se referia às «jovens» levaria um incauto a concluir que eram ratos que infestavam as instalações. Ele pegou no braço da rapariga e puxou-a para si.

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Capa do livro O Vil Metal
Páginas: 257
Página atual: 113

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 2
Capítulo 3 22
Capítulo 4 38
Capítulo 5 66
Capítulo 6 85
Capítulo 7 109
Capítulo 8 129
Capítulo 9 159
Capítulo 10 185
Capítulo 11 212
Capítulo 12 231
Capítulo 13 251