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Capítulo 7: Capítulo 7

Página 122
Os ingredientes envolvidos na argumentação, que acontecia quase com a frequência com que se encontravam, eram quase sempre os mesmos. Os homens são uns brutos e as mulheres destituídas de alma, e elas haviam sido sempre dominadas e deviam continuar a sê-lo. Bastava ver a Paciente Griselda e Lady Astor, para não falar da poligamia e das viúvas hindus, e que dizer dos dias agitados da Mãe Pankhurst, em que todas as mulheres decentes usavam ratoeiras no porta-ligas e não podiam olhar para um homem sem sentirem a mão ansiar por pegar numa faca castradora? Gordon e Rosemary nunca se cansavam desse vaivém de palavras. Cada um ria com gosto dos absurdos mencionados pelo outro. Era uma guerra alegre que se travava entre ambos. Enquanto discutiam, de' braço dado, exerciam pressão com os corpos, Eram muito felizes. Na verdade, adoravam-se. Cada um em para o outro um gracejo permanente e um objecto, infinitamente' precioso. Despontou à distância um clarão vermelho. e azul de néon entre o nevoeiro. Tinham chegado ao princípio da Tottenham Court Road. Gordon colocou o braço em torno da cintura dela e fê-la voltar à direita, por uma rua transversal pouco iluminada. Sentiam-se tão felizes juntos que tinham de se beijar. Permaneceram enlaçados debaixo do candeeiro, ainda a rir, dois inimigos frente a frente. Rosemary roçou a face pela dele e murmurou:

- Por que insistes em ser tão pateta? Não posso deixar de te amar, com a barba por fazer e tudo.

-A sério?

- A sério e com sinceridade.

Sem retirar os braços, inclinou a cabeça um pouco para trás, ao mesmo tempo que exercia pressão com o ventre no dele numa espécie de voluptuosidade inocente.

- Merece a pena viver, não achas?

- Às vezes.

- Se pudéssemos encontrar-nos com mais frequência! Há ocasiões em que não te vejo durante semanas a fio.

- Eu sei. É horrível. Se soubesses como abomino os meus serões solitários!

- O tempo não chega para nada. Nunca saio do maldito escritório antes das sete. Que costumas fazer ao domingo?

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pág. 122 (Capítulo 7)

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Capa do livro O Vil Metal
Páginas: 257
Página atual: 122

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 2
Capítulo 3 22
Capítulo 4 38
Capítulo 5 66
Capítulo 6 85
Capítulo 7 109
Capítulo 8 129
Capítulo 9 159
Capítulo 10 185
Capítulo 11 212
Capítulo 12 231
Capítulo 13 251