Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 8: Capítulo 8

Página 143
Ela fitava-o com uma espécie de ironia complacente. «Sou tua amante», diziam os olhos. «Que anedota!» Os joelhos tocavam-se, debaixo da mesa e, por instantes, Rosemary apertou o dele entre os seus. Algo o assolou subitamente - uma vaga cálida de sensualidade e ternura que se propagou a todo o corpo. Recordara-se! Ela era a sua pequena, a sua amante. Mais tarde, quando se encontrassem sós, num lugar dissimulado ao ar quente e sem vento, possuiria finalmente o seu corpo desnudo. É certo que pressentira aquilo durante toda a manhã, mas afigurara-se-lhe algo de irreal. Só agora o abarcava em toda a sua dimensão.

Sem qualquer palavra pronunciada e uma espécie de certeza corporal, sabia que dentro de menos de uma hora a teria nos braços, despida. Entretanto, sentados frente a frente, com os joelhos em contacto, afigurava-se-lhes que já tudo se consumara. Havia uma intimidade profunda entre' ambos. Poderiam ter continuado ali ao longo de horas, limitando-se a olhar um para o outro e falar de trivialidades que se- revestiam de significado apenas para eles e mais ninguém. Permaneceram durante vinte minutos, pelo menos. Gordon esquecera-se do empregado e, momentaneamente, o desastre de se ter deixado arrastar para aquele almoço que o privaria de todo o dinheiro que possuía. Mas, por fim, regressaram à realidade e compreenderam que eram horas de partir.

- A conta - pediu ele, voltando-se ligeiramente para trás.

O empregado efectuou um derradeiro esforço para se mostrar ofensivo.

- A conta, senhor? Não desejam tomar café?

- Não. Apenas a conta.

Afastou-se e reapareceu com um rectângulo de papel dobrado numa pequena bandeja. Gordon desdobrou-o. Seis xelins e três pence... e ele dispunha exactamente' de sete e onze! Embora fizesse uma ideia aproximada do que teria de pagar, a confirmação produzira-lhe um pequeno abalo. Levantou-se, introduziu a mão na algibeira e puxou de todo o dinheiro. O pálido empregado, com a bandeja na mão, olhou o punhado de' moedas, adivinhando claramente que se tratava de todo o que Gordon possuía. Rosemary, que também se pusera de pé, contornou a mesa e' beliscou o cotovelo de Gordon, numa indicação de que desejava participar na despesa, todavia ele fingiu não se aperceber.

<< Página Anterior

pág. 143 (Capítulo 8)

Página Seguinte >>

Capa do livro O Vil Metal
Páginas: 257
Página atual: 143

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 2
Capítulo 3 22
Capítulo 4 38
Capítulo 5 66
Capítulo 6 85
Capítulo 7 109
Capítulo 8 129
Capítulo 9 159
Capítulo 10 185
Capítulo 11 212
Capítulo 12 231
Capítulo 13 251