Volta-se para mim e diz... segurando na orelha assim: «Se este homem não estivesse grosso ao ponto de não se ter de pé, esmurrava-o.» Ficou tudo escrito... inscrito... na sua folha de acusação. Bêbado e desordeiro. Safava-se só com a bebedeira, se não batesse no sargento.
- Sabe que pena me vão aplicar?
- Cinco libras ou catorze dias de prisão. Vai ser julgado por Mr. Croom. Congratule-se... congratule-se por não ser Mr. Walker. Esse condenava-o a um mês de chilindró, sem opção. É muito severo para os bêbados. Não admira, de um abtés... abstémio.
Entretanto, Gordon ingerira parte do chá. Apesar de repugnantemente doce, estava quente, o que o reconfortou. Continuou a beber até que esvaziou a chávena. Naquele momento, uma voz aguda desagradável - sem dúvida do sargento que ele agredira - bradou de algures nas entranhas da esquadra:
- Tira daí o homem e acompanha-o aos lavabos, para que se lave. O carro celular parte às nove e meia.
O polícia apressou-se a abrir a porta. Assim que a transpôs, Gordon sentiu-se, pior que nunca, em parte porque fazia mais frio no corredor do que na cela. Deu dois ou três passos e, de repente, a cabeça começou a descrever rotações espontâneas. "Vou vomitar!", gritou. Compreendeu que se desequilibrava e apressou-se a estender a mão, para se apoiar à parede. No instante imediato, o braço possante do polícia rodeava-lhe o tronco, e Gordon atravessou-se pesadamente nele, como se se tratasse de um corrimão, Irrompeu-lhe da boca um jacto de vómito. Fora o chá, evidentemente. Havia um algeroz ao longo do chão de pedra. No final do corredor, o irado sargento, de dólman sem cinturão, aguardava-o de mãos nos quadris, com uma expressão de desdém.
- Labrego imundo- articulou entre dentes, e voltou-lhe as costas.
- Vamos, amigo- disse o polícia. Isso passa já. Conduziu Gordon, quase o arrastando, para uma larga pia de pedra e ajudou-o a despir O' casaco. A sua amabilidade era surpreendente. Ocupava-se dele quase como se fosse um enfermeiro a contas com uma criança.