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Capítulo 10: Capítulo 10

Página 191
Havia um gatuno profissional, magro, de expressão apreensiva e cabelo grisalho, que se apoquentava profundamente com o que aconteceria à mulher e filhos, se tivesse de cumprir uma pena. Fora detido por «rondar uma casa com a intenção de entrar» - delito pouco claro que, só costumava implicar em condenação se existiam antecedentes do género. Movia-se incessantemente em excitado vaivém, flectindo os dedos da mão direita com um curioso gesto nervoso e soltando exclamações de indignação contra a injustiça que predominava no mundo. Outro era um surdo-mudo que cheirava mal como um furão e um judeu baixo de meia-idade' com sobretudo de gola de pele, que' fora comprador de uma importante' firma de carniceiros. Fugira com vinte e sete libras, instalara-se em Aberdeen e gastara-as com prostitutas. Também se mostrava revoltado, pois alegava que' o seu caso devia ter sido julgado num tribunal de rabinos, em vez de o entregarem à Polícia. Havia igualmente um botequineiro que desviara fundos da casa para despesas e benefícios pessoais, abstendo-se' de informar os sócios. Era um indivíduo de porte atlético e aspecto próspero, de uns trinta e cinco anos, rosto avermelhado e sobretudo azul, ambos berrantes - o tipo de pessoa que, se não fosse botequineiro, seria corrector de apostas.

A família repusera o dinheiro «extraviado», salvo doze libras, porém os sócios tinham decidido enviá-lo a juízo. Existia algo no olhar do homem que impressionou Gordon. Apesar de exibir um certo ar insolente, os olhos mantinham uma expressão vaga, quase fixa, e imergia em meditação cada vez que se registava um hiato nas conversas. Na realidade, resultava impressionante' observá-lo. Trajava impecavelmente, com o esplendor da actividade que' exercia suspenso menos de, um mês atrás, e estava arruinado, porventura para sempre. À semelhança de todos os botequineiros de Londres, encontrava-se nas garras dos cervejeiros, penhorar-lhe-iam os bens e quando acabasse de cumprir a pena não voltaria a trabalhar num botequim, nem arranjaria emprego em qualquer outro lugar.

A manhã arrastava-se com desoladora lentidão. Era permitido fumar - embora a posse de fósforos se achasse vedada, o polícia de serviço dava lume a quem lhe pedisse.

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Capa do livro O Vil Metal
Páginas: 257
Página atual: 191

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 2
Capítulo 3 22
Capítulo 4 38
Capítulo 5 66
Capítulo 6 85
Capítulo 7 109
Capítulo 8 129
Capítulo 9 159
Capítulo 10 185
Capítulo 11 212
Capítulo 12 231
Capítulo 13 251