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Capítulo 11: Capítulo 11

Página 215
Às vezes, ao fim do dia, quando aparecia na livraria, puxava da algibeira um pequeno pacote de batatas fritas às rodelas e, oferecendo-lha, proferia no seu estilo característico:

- Quer 'tatinhas fritas?

O pacote permanecia sempre seguro com tanta firmeza pelo lado mais largo, que resultava impossível extrair mais de duas ou três. No entanto, tratava-se de um gesto comprovativo de boa vontade.

Quanto ao lugar onde Gordon vivia, em Brewer's Vard, paralelo a Lambeth Cut, na parte sul, era um pardieiro. O quarto-sala custava-lhe oito' xelins por semana e situava-se logo abaixo do telhado. Com o seu tecto inclinado - o aposento tinha a configuração de um pedaço de queijo cortado em forma de cunha - e janela-clarabóia, constituía a coisa mais aproximada da proverbial mansarda de poeta em que ele jamais vivera.

Havia uma cama grande, baixa, de cabeceira rachada, colcha remendada e lençóis mudados todas as quinzenas, uma mesa marcada por dinastias de chaleiras, uma cadeira pouco segura, um lavatório e um fogareiro de gás no guarda-fogo. As tábuas do soalho apresentavam-se enegrecidas de sujidade. Nas fendas do papel da parede rosado viviam percevejos incontáveis, mas no Inverno não se revelavam muito activos, a menos que o quarto fosse aquecido excessivamente, O locatário tinha a incumbência de fazer a cama. A dona da casa, Mrs. Meakin, «arrumava» teoricamente os aposentos todos os dias, mas em quatro de cada cinco, descobria que subir a escada representava um esforço superior às suas energias. Quase todos os hóspedes preparavam as exíguas refeições nas suas instalações. Não havia fogão, evidentemente, apenas o fogareiro de gás no guarda-fogo, e, dois lanços de degraus abaixo, um malcheiroso lava-loiça comum a toda a casa.

Na mansarda contígua à de Gordon, vivia uma mulher alta, idosa, mas bem-parecida, cuja cabeça não funcionava de forma irrepreensível, possuidora de um rosto na maioria das vezes tão escuro como o de uma negra, em virtude da sujidade. Gordon não conseguia determinar a origem desta última, que parecia pó de carvão.

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Capa do livro O Vil Metal
Páginas: 257
Página atual: 215

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 2
Capítulo 3 22
Capítulo 4 38
Capítulo 5 66
Capítulo 6 85
Capítulo 7 109
Capítulo 8 129
Capítulo 9 159
Capítulo 10 185
Capítulo 11 212
Capítulo 12 231
Capítulo 13 251