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Capítulo 11: Capítulo 11

Página 216
As crianças das imediações costumavam chamar-lhe «Preta», quando percorria a rua como uma rainha de tragédia a falar sozinha. No andar de baixo, havia uma mulher com uma criança de colo que chorava interminavelmente, além de um casal jovem, que costumava ter brigas assustadoras e reconciliações igualmente impressionantes audíveis em todo o prédio. No rés-do-chão, um pintor de paredes, a esposa e cinco filhos existiam graças ao subsídio de desemprego e um ou outro trabalho ocasional. Mrs. Meakin ocupava uma toca qualquer na cave. No fundo, Gordon gostava da casa, totalmente diferente da pensão de Mrs. Wisbeach.

Não se notava o mínimo sinal de decência da classe média-inferior ou sensação de ser espiado e desaprovado. Desde que pagasse a renda, uma pessoa podia fazer quase tudo o que quisesse: entrar bêbedo e rastejar pela escada acima, trazer mulheres a qualquer hora ou ficar todo o dia na cama, se lhe apetecesse. A mamã Meakin não gostava de interferir na vida alheia. Era uma criatura de cabelo desgrenhado, de certa idade e configuração do corpo como um pão de meio quilograma. Constava que, na juventude, não se comportara melhor do que devia, o que provavelmente correspondia à verdade. Manifestava uma atenção especial por tudo o que usasse calças, apesar do que parecia que ainda conservava traços de respeitabilidade. No dia em que Gordon se• instalou, ouviu arquejar pela escada acima, a transportar obviamente algum peso. Bateu à porta suavemente com o joelho, ou com o lugar onde o joelho devia situar-se, e ele foi abrir.

- Aqui tem - anunciou ela, entrando com os braços cheios. - Calculei que gostaria disto. Quero ver todos os meus hóspedes confortáveis. Deixe-me colocá-la em cima da mesa. Pronto! Assim, o quarto parece mais familiar, hem?

Era uma aspidistra, e Gordon sentiu o coração contrair-se, ao vê-la. Até ali, naquele refúgio final! Encontraste-me, porventura, ó meu inimigo? Tratava-se, porém, de um mísero espécime mirrado - na realidade, a planta parecia moribunda.

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pág. 216 (Capítulo 11)

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Capa do livro O Vil Metal
Páginas: 257
Página atual: 216

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 2
Capítulo 3 22
Capítulo 4 38
Capítulo 5 66
Capítulo 6 85
Capítulo 7 109
Capítulo 8 129
Capítulo 9 159
Capítulo 10 185
Capítulo 11 212
Capítulo 12 231
Capítulo 13 251