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Capítulo 4: Capítulo 4

Página 44
A frase de longe mais comum na família Comstock era sem dúvida: «Não há dinheiro para isso». Naqueles tempos, ele ansiava pela posse do vil metal como só uma criança pode ansiar. Por que seria que uma pessoa: não podia vestir roupa decente, comer muitos bolos e caramelos e ir ao cinema as vezes que desejasse? Culpava os pais da pobreza em que viviam, como se fossem pobres propositadamente. Por que não seriam como os pais dos outros rapazes? Preferiam ser pobres. É assim que funciona a mente de uma criança.

Mas à medida que crescia, tornava-se - não exactamente menos irrazoável, mas irrazoável de uma maneira diferente. Entretanto, adquirira uma posição mais estável na escola e era oprimido menos violentamente. Embora nunca se salientasse muito nos estudos - não trabalhava, nem obtinha bolsas de estudo -, conseguia desenvolver o cérebro ao longo das linhas que lhe convinham. Lia os livros que o director denunciava no púlpito e criava opiniões pouco ortodoxas sobre o patriotismo e as gravatas dos Velhos. E começou a escrever poesia. Após um ou dois anos, principiou mesmo a enviar poemas ao' Athenaeum, New Age' e Weekly Westminster, mas eram invariavelmente rejeitados. Havia, claro, outros rapazes de' tipo similar com os quais convivia. Todas as escolas públicas têm a sua intelligentsia de constrangidos. E naquele momento, nos anos imediatamente subsequentes à Guerra, a Inglaterra estava tão cheia de opinião revolucionária que até os estabelecimentos de ensino tinham sido infectados. Os jovens, mesmo os que eram demasiado novos para combater, mostravam-se revoltados contra os mais velhos, e com razão. Praticamente todos os que possuíam alguns miolos eram revolucionários. Ao mesmo tempo, os velhos - digamos, com mais de sessenta anos - moviam-se em círculos como galinhas e cacarejavam acerca de «ideias subversivas». Gordon e os amigos divertiam-se com as suas «ideias subversivas».

Durante um ano inteiro, publicaram uma folha mensal não oficial denominada Bolshevik, duplicada num copiador de gelatina.

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Capa do livro O Vil Metal
Páginas: 257
Página atual: 44

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 2
Capítulo 3 22
Capítulo 4 38
Capítulo 5 66
Capítulo 6 85
Capítulo 7 109
Capítulo 8 129
Capítulo 9 159
Capítulo 10 185
Capítulo 11 212
Capítulo 12 231
Capítulo 13 251