Sangue Azul - Cap. 11: 11 Pág. 109 / 287

da história, a amizade entre ele e os Harville parecia, se possível, ter aumentado em consequência do triste acontecimento que pusera fim a todas as suas intenções de aliança, e o capitão Benwick estava agora a viver inteiramente com eles. O capitão Harville alugara aquela casa por meio ano, tendo-o o seu gosto, a sua saúde e a sua fortuna, todos juntos, feito desejar uma residência pouco dispendiosa e perto do mar. A grandiosidade da região, e o isolamento de Lyme no Inverno, pareciam perfeitamente adaptados ao estado de espírito do capitão Benwick. A simpatia e a boa vontade que ele inspirava eram muito grandes.

«E no entanto», pensou Anne, enquanto avançavam ao encontro do grupo, «talvez ele não tenha um coração tão magoado como eu. Não posso acreditar que as suas perspectivas estejam destruídas para sempre. É mais novo do que eu - mais novo no sentir, se não de facto, mais novo como homem. Há-de recuperar e ser feliz com outra.»

Reuniram-se e foram todos apresentados. O capitão Harville era um homem alto, moreno, com um semblante sensível e benevolente, um pouco coxo e, devido às feições fortes e à falta de saúde, parecia muito mais velho do que o capitão Wentworth. O capitão Benwick parecia, e era, o mais novo dos três e, comparado com qualquer deles, um homem pequeno. Tinha um rosto agradável e um ar melancólico, como era natural, e evitava conversar.

O capitão Harville, apesar de não ser igual ao capitão Wentworth em maneiras, era um perfeito cavalheiro, despretensioso, cordial e amável. Mrs. Harville, um nada menos distinta do que o marido, parecia, no entanto, ter os mesmos bons sentimentos - e nada poderia ser mais agradável do que o desejo de ambos de considerar todos seus amigos, em virtude de o serem do capitão Wentworth, nem mais amavelmente hospitaleiro do que os rogos para que todos prometessem jantar com eles.





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