Sangue Azul - Cap. 11: 11 Pág. 111 / 287

mais do que divertidos para Anne: pela relação que tudo tinha com a sua profissão, o fruto dos seus esforços e o efeito da sua influência nos seus hábitos, o quadro de tranquilidade e felicidade doméstica que apresentava traduzia-se para ela em algo mais, ou menos, do que agrado.

O capitão Harville não era dado a leituras, mas conseguira arranjar excelente acomodação, e fazer umas estantes muito bonitas, para um razoável acervo de volumes bem encadernados, pertencentes ao capitão Benwick. A sua claudicação impedia-o de fazer muito exercício, mas uma mentalidade engenhosa e prática parecia proporcionar-lhe ocupação constante dentro de casa. Desenhava, envernizava, carpinteirava, grudava, fazia brinquedos para os filhos, aperfeiçoava novas agulhas para redes e cavilhas, e quando tudo isso estava feito sentava-se a um canto da sala com a sua grande rede de pesca.

Quando saíram de casa, Anne pensou que deixara atrás de si grande felicidade, e Louisa, ao lado da qual deu consigo a caminhar, multiplicou-se em transportes de admiração e encantamento com o carácter dos homens da Armada - a sua afabilidade, a sua fraternidade, a sua franqueza, a sua rectidão -, afirmando estar convencida de que os marinheiros possuíam mais valor e calor humano do que qualquer outro conjunto de homens em Inglaterra, e que só eles sabiam viver, e só eles mereciam ser respeitados e amados.

Regressaram para se vestirem e jantar, e fora tudo tão bem organizado que não acharam nada que lhes desagradasse, embora o facto de terem vindo «tão inteiramente fora da estação», e de «Lyme não ser uma via de passagem», além de na estalagem não terem «esperado visitas», desse origem a muitas desculpas da parte dos seus proprietários.

Entretanto, Anne começava a





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