O tom da sua voz, as suas expressões, a escolha de assunto, o saber quando parar: tudo isso era efeito de uma mente sensata e perspicaz. Assim que pôde, começou a falar com ela de Lyme, desejando comparar opiniões a respeito do lugar, mas querendo sobretudo falar das circunstâncias que fizera com que fossem hóspedes da mesma estalagem ao mesmo tempo, dar o seu próprio trajecto, saber alguma coisa do dela e lamentar ter perdido semelhante oportunidade de lhe apresentar os seus cumprimentos. Anne fez-lhe um breve resumo do seu grupo e do que os levara a Lyme. O pesar dele aumentou à medida que a escutava. Passara toda a sua noite solitária na sala contígua à deles, ouvira vozes, risos constantes, pensara que devia tratar-se de um encantador grupo de pessoas, desejara estar com elas - mas, evidentemente, sem a mais leve suspeita de possuir a sombra de um direito de se apresentar. Se ao menos tivesse perguntado que grupo era! O nome de Musgrove ter-lhe-ia dito o suficiente. «Era bem feito, para se curar do hábito absurdo de nunca fazer nenhuma pergunta numa estalagem, hábito que adquirira ainda muito novo, baseado no princípio de que era muito pouco distinto ser curioso.»
- As ideias de um jovem de vinte e um ou vinte e dois anos explicou -, acerca do que é necessário, no capítulo de maneiras, para o tornar um modelo, são mais absurdas, creio, do que as de qualquer outro conjunto de seres do mundo. A tolice dos meios que eles frequentemente empregam só é comparável à tolice do que têm em vista.
Mas não devia estar a dirigir as suas observações apenas a Anne, bem o sabia. Em breve conversava também com os outros e só de vez em quando podia regressar a Lyme.
As suas perguntas, contudo, acabaram por lhe proporcionar um relato daquilo em que ela estivera envolvida, pouco depois de ele partir da localidade.