Sangue Azul - Cap. 17: 5 Pág. 179 / 287

Elliot. Ele considerava-a uma jovem senhora verdadeiramente extraordinária, um modelo de excelência feminina em temperamento, maneiras e mentalidade. Foi até capaz de acompanhar Lady Russell numa discussão dos seus méritos. E Anne, ao ser-lhe dado a entender tanto pela sua amiga, ao saber-se tão altamente considerada por um homem sensato, não pôde deixar de experimentar muitas das agradáveis sensações que a sua amiga pretendia criar.

Lady Russell estava agora perfeitamente firme na sua opinião a respeito de Mr. Elliot. Estava convencida, de igual modo, tanto da intenção dele de conquistar Anne, em devido tempo, como de que a merecia - e começava a calcular o número de semanas que faltavam para o libertar de todos os restantes constrangimentos da viuvez e deixá-lo livre para exercer as suas mais francas capacidades de agradar. Lady Russell não falou a Anne nem com metade da certeza que sentia, aventurou-se a fazer pouco mais do que insinuações do que poderia acontecer no futuro, de um possível afecto da parte dele, da conveniência da aliança partindo do princípio de que esse afecto era real e retribuído. Anne escutou-a e não soltou grandes exclamações. Limitou-se a sorrir, a corar e a abanar docemente a cabeça.

- Não sou nenhuma casamenteira, como muito bem sabes disse Lady Russell -, pois tenho por demais consciência da incerteza de todos os acontecimentos e cálculos humanos. Só pretendo dizer que, no caso de, daqui a algum tempo, Mr. Elliot te cortejar, e se estiveres disposta a aceitá-lo, penso que haverá todas as possibilidades de serem felizes juntos. Toda a gente a consideraria uma união muito conveniente, mas eu penso que poderia ser muito feliz.

- Mr. Elliot é um homem muitíssimo simpático, e em muitos aspectos tenho-o em elevada conta - respondeu Anne.





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