Sangue Azul - Cap. 22: 10 Pág. 250 / 287

os três por Rivers-street, onde se demoraram uns minutos, mas Anne convenceu-se de que um dia de atraso na comunicação que tencionava fazer não poderia ter importância, e apressou-se a seguir para o White Hart, a fim de rever os amigos e companheiros do último Outono, com uma impaciência e boa vontade para as quais contribuíam muitas associações de ideias.

Encontraram Mrs. Musgrove e a filha sozinhas, e Anne recebeu de ambas as mais agradáveis boas-vindas. Henrietta encontrava-se precisamente naquele estado de compreensão recém-melhorada e de felicidade recente que a enchiam de consideração e interesse por toda a gente por quem antes tivera alguma simpatia; e quanto à afeição sincera de Mrs. Musgrove, fora conquistada pela sua utilidade quando o sofrimento lhes batera à porta. Mostrou-lhe uma cordialidade, um entusiasmo e uma sinceridade que encantaram tanto mais Anne quanto eram bênçãos que primavam tristemente pela ausência em sua casa. Rogaram-lhe que lhes concedesse o máximo do seu tempo possível, convidaram-na para todos os dias e o dia inteiro, ou melhor, reclamaram-na como parte da família. E em troca ela usou naturalmente todos os seus modos habituais de atenção e assistência, e quando Charles as deixou sozinhas ficou a escutar a história de Louisa contada por Mrs. Musgrove, e a de Henrietta contada pela própria, a dar opiniões sobre diversos assuntos e a recomendar lojas, com intervalos para ajudar em tudo quanto Mary precisava, desde modificar-lhe o arranjo da fita a acertar-lhe as contas, desde encontrar-lhe as chaves e emparelhar-lhe os adornos de joalharia a tentar convencê-la de que não estava a ser insultada por ninguém, coisa que Mary, embora de modo geral entretida no seu lugar à janela sobranceira à entrada da sala das termas, não podia deixar de imaginar, em certos momentos.





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