Sangue Azul - Cap. 23: 11 Pág. 273 / 287

- Vai até Belmont? Passa perto de Camden-place? Em caso afirmativo, não terei escrúpulos em pedir-lhe que me substitua e dê o braço a Anne até à porta da casa do seu pai. Ela está um bocado em baixo, esta manhã, e não deve ir tão longe sem ajuda. E eu preciso de me encontrar com aquele indivíduo no largo do mercado. Ele prometeu mostrar-me uma arma de primeira ordem que vai expedir, disse que não a embalaria até ao último momento possível, para eu poder vê-la, e se não volto para trás agora perco essa oportunidade: Pela descrição que ele me fez, é muito parecida com a minha de dois canos e segundo calibre, que o capitão usou um dia, nas proximidades de Winthrop.

Não houve obstáculo nenhum. Somente um entusiasmo muito decente, uma aquiescência muito obsequiosa na presença dos olhares públicos; e sorrisos sofreados, e uma disposição que se alegrava numa exaltação íntima. Em meio minuto, Charles estava de novo ao fundo da Union-street, e os outros dois prosseguiam juntos. Em breve tinham trocado as palavras suficientes para decidirem encaminhar-se para a calçada empedrada relativamente calma e isolada, onde a possibilidade de conversarem mais à vontade tornaria a hora presente uma verdadeira bênção, preparando-a para a imortalidade que as lembranças mais felizes das suas próprias vidas futuras poderiam conceder. Aí trocaram de novo aqueles sentimentos e promessas que, outrora, tinham parecido assegurar-lhes tudo, a que se haviam seguido tantos, tantos anos de separação e desavença. Aí regressaram de novo ao passado, mais profundamente felizes, talvez, na sua reunião do que quando a sua aliança fora pela primeira vez planeada; mais ternos, mais experimentados, mais seguros no conhecimento do carácter, da verdade e do afecto um do outro; mais capazes de agir, com mais justificação para agirem.





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