Sangue Azul - Cap. 23: 11 Pág. 279 / 287

- Não, não! A sua atitude podia ser apenas o à-vontade resultante do seu noivado com outro homem. Foi com essa convicção que a deixei. E no entanto... estava decidido a voltar a vê-la. O meu ânimo melhorou com a manhã, e senti que ainda tinha um motivo para permanecer aqui.

Finalmente Anne chegou de novo a casa, e mais ditosa do que alguém, nela, poderia ter imaginado. Com toda a surpresa e incerteza, e toda a restante parte dolorosa da manhã, desvanecidas por aquela conversa, entrou em casa tão feliz que foi obrigada a procurar, em algumas apreensões momentâneas, motivos para pensar que tudo aquilo era de mais para poder durar. Uns momentos de reflexão, séria e grata, eram o melhor correctivo para neutralizar todas as coisas perigosas existentes numa felicidade tão exaltada e ela foi para o seu quarto e sentiu-se cada vez mais firme e destemida na gratidão do seu contentamento.

A noite chegou, os salões foram iluminados, as visitas reuniram-se. Era somente uma reunião para jogar às cartas, apenas uma mistura de pessoas que nunca se tinham encontrado antes com outras que se encontravam com excessiva frequência - uma reunião banal, com gente de mais para poder ser íntima, com gente de menos para ser variada. Mas Anne nunca tinha achado um serão tão curto. Afogueada e encantadora de delicadeza e felicidade, e mais admirada do que pensava ou lhe importava, mostrou-se bem disposta e paciente com todas as pessoas à sua volta. Mr. Elliot estava presente: ela evitou-o, mas conseguiu ter pena dele. Os Wallis: divertiu-a o facto de os compreender. Lady Dalrymple e Miss Carteret: em breve seriam suas primas inócuas. Não se importou com Mrs. Clay e não teve motivos para corar com o comportamento público do pai e da irmã. Com os Musgrove,





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