Sangue Azul - Cap. 24: 12 Pág. 285 / 287

Não tardou a deixar Bath, e quando Mrs. Clay fez o mesmo, pouco depois, e a seguir constou que se encontrava instalada em Londres sob a protecção de Mr. Elliot, tornou-se evidente o jogo duplo que ele andara a fazer, e quanto estava decidido a evitar ser esbulhado por uma mulher astuciosa, pelo menos.

Os sentimentos de Mrs. Clay tinham-se sobreposto aos seus interesses e ela sacrificara, por amor do jovem cavalheiro, a possibilidade de continuar durante mais tempo as suas maquinações para apanhar Sir Walter. Além de sentimentos ela também possui, no entanto, aptidões, e levanta-se agora a questão duvidosa de saber se será a astúcia dele, ou a dela, que acabará por levar a melhor, se, depois de ter evitado que ela se tornasse mulher de Sir Walter, ele não se deixará levar por lisonjas e carícias a fazê-la, finalmente, a mulher de Sir William.

Não se pode pôr em dúvida que Sir Walter e Elizabeth ficaram indignados e mortificados com a perda da sua companheira e a descoberta de que tinham sido enganados por ela. É verdade que tinham as suas importantes primas a quem recorrer em busca de conforto, mas há muito que deviam ter sentido que adular e seguir outros, sem por sua vez ter o gosto ser adulado e seguido, não passa de um estado de meio prazer.

Anne, convencida desde muito cedo da intenção de Lady Russell de estimar o capitão Wentworth como devia, não tinha nenhuma nuvem a toldar a felicidade das suas perspectivas que não fosse a resultante da consciência de não ter para lhe oferecer familiares que um homem de bom senso pudesse apreciar. Nesse aspecto, sentia acerbamente a sua inferioridade. A desproporção das suas fortunas não tinha importância, não lhe causava um só momento de mágoa, mas não ter família para o receber





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