Sangue Azul - Cap. 8: 8 Pág. 73 / 287

- Não tinha mais descobertas a fazer do que você teria quanto ao estilo e à solidez de uma velha peliça que, desde que se lembrava, vira ser emprestada a metade dos seus conhecidos e que finalmente, num dia muito chuvoso, lhe era emprestada a si. Ah, foi um velho Asp querido para mim! Fez tudo quanto eu queria. E eu sabia que faria. Eu sabia que ou iríamos para o fundo juntos, ou então ele seria a minha sorte. Nunca tive dois dias de tempo borrascoso enquanto estive no mar com ele, e depois de ter apresado corsários suficientes para se tornar muito divertido, tive a felicidade de, no meu regresso no Outono seguinte, encontrar exactamente a fragata francesa que desejava. Trouxe-a para Plymouth, e voltei a ter sorte. Não estávamos há seis horas no Sound quando se desencadeou um temporal que durou quatro dias e quatro noites e que teria liquidado o pobre Asp em metade desse tempo, pois o nosso contacto com a Grande Nação não melhorara muito o seu estado. Vinte e quatro horas mais tarde, e eu teria sido apenas um bravo capitão Wentworth, num pequeno parágrafo num canto dos jornais - e como me perdera apenas numa corveta, ninguém teria pensado em mim.

Anne guardou só para si os seus estremecimentos, mas as irmãs Musgrove puderam ser tão francas quanto eram sinceras nas suas exclamações de compaixão e horror.

- E depois, suponho - disse Mrs. Musgrove em voz baixa, como se pensasse alto -, ele passou para o Laconia, e foi lá que conheceu o nosso pobre rapaz. Charles, meu querido - fez-lhe sinal para se aproximar -, pergunta ao capitão Wentworth onde foi que conheceu o teu pobre irmão. Eu esqueço-me sempre.

- Eu sei, mãe, foi em Gibraltar. O Dick tinha sido deixado, doente, em Gibraltar, com uma recomendação do seu anterior comandante para o capitão Wentworth.





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