Sangue Azul - Cap. 9: 9 Pág. 86 / 287

Qualquer delas daria, segundo todas as probabilidades, uma esposa afectuosa e bem humorada. Com respeito a Charles Hayter, Anne possuía uma sensibilidade capaz de se sentir penalizada com qualquer ligeireza de conduta da parte de uma jovem bem intencionada, e um coração que se compadeceria com os sofrimentos que ela viesse a ocasionar, fossem eles quais fossem; mas se Henrietta descobrisse que estava enganada quanto à natureza dos seus sentimentos, essa modificação nunca poderia ser compreendida demasiado cedo.

Charles Hayter encontrara muitos motivos de inquietação e mortificação no comportamento da prima. Ela tinha por ele uma consideração demasiado antiga para se dissipar tão completamente, ao ponto de dois encontros extinguirem toda a esperança do passado e deixarem-no sem outro remédio senão manter-se afastado de Uppercross; mas uma mudança dessas podia tornar-se muito alarmante quando se considerava um homem como o capitão Wentworth a sua causa provável. Charles Hayter estivera ausente apenas dois domingos, e quando se tinham separado deixara-a interessada até no maior dos seus desejos, na sua perspectiva de deixar em breve o seu curato presente e obter o de Uppercross. Isso parecera então o anseio mais caro ao coração dela: que o Dr. Shirley, o reitor, que durante mais de quarenta anos desempenhara zelosamente todos os deveres do seu cargo, estava a ficar demasiado enfermo para cuidar de muitos deles, decidido a contratar um cura, a tornar esse curato tão bom quanto estivesse nos seus meios e o prometera a Charles Hayter. A vantagem de ele ter de ir apenas para Uppercross, em vez de percorrer dez quilómetros no sentido oposto; de ter, em todos os aspectos, um curato melhor; de ficar com o seu querido Dr. Shirley, e de o querido e bom Dr.