Sangue Azul - Cap. 10: 10 Pág. 97 / 287

Anne, que estava realmente fatigada, sentou-se com agrado, e não tardou a ouvir o capitão Wentworth e Louisa na cerca, atrás dela, como se regressassem pela espécie de túnel tosco do centro. Conversavam, enquanto se aproximavam. A voz de Louisa foi a primeira a tornar-se audível. Parecia estar no meio de uma declaração veemente. O que Anne primeiro ouviu foi:

- E, por isso, fiz com que ela fosse. Não podia tolerar que se sentisse assustada com a visita por causa de semelhante disparate. O quê?! Eu alguma vez me deixaria dissuadir de fazer uma coisa que resolvera fazer, e que sabia ser certa, por causa dos ares e da interferência de tal pessoa? Ou fosse lá de quem fosse, devo mesmo dizer! Não, não tenho nenhuma disposição para me deixar persuadir facilmente. Quando tomo uma decisão, está tomada. E a Henrietta parecia absolutamente ter tomado a sua, de visitar Winthrop hoje... e, no entanto, estava quase a desistir, levada por uma complacência despropositada!

- Quer então dizer que ela teria voltado para trás, se não fosse você?

- Claro que teria. Quase tenho vergonha de o dizer.

- Sorte a dela, ter uma mentalidade como a sua assim à mão!

Depois das insinuações que acaba de fazer, e que apenas confirmaram o que eu próprio tinha observado, a última vez que estive na companhia dele, não tenho necessidade de fingir que não faço ideia do que se está a passar. Vejo que estava em questão mais do que uma atenciosa visita matinal à sua tia. E ai dele, e dela também, quando se tratar de coisas importantes, quando se encontrarem em circunstâncias que exijam coragem e firmeza de espírito, se ela não tem determinação para resistir a uma interferência descabida numa bagatela como esta. A sua irmã é uma criatura afável, mas estou a ver que o seu carácter é decidido e firme.





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