O Mundo Perdido - Cap. 9: Capítulo 9 Pág. 104 / 286

Desde a aurora, o Professor Challenger começara a parecer nervoso... De súbito, soltou uma alegre exclamação de satisfação e apontou uma árvore isolada que se destacava de forma particular numa das margens.

- O que vem a ser aquilo na vossa opinião?-perguntou.

- É seguramente uma palmeira Assai.

- Exacto. E era também uma palmeira Assai que eu tinha escolhido como ponto de referência. A abertura secreta dissimula-se oitocentos metros mais a cima do outro lado do rio. Não há clareira entre as árvores. Eis uma coisa que é, ao mesmo tempo, maravilhosa e misteriosa. Ali, onde estão a ver juncos verde-claros em vez desta vegetação rasteira verde-escura, ali entre as grandes matas de choupos, está a minha entrada especial na terra desconhecida. Partamos, vão compreender!

Tratava-se de um local maravilhoso. Tendo alcançado o lugar assinalado por uma álea de juncos verde-claros, fizemos avançar as duas canoas durante algumas centenas de metros e, depois, emergimos num curso de água plácido, pouco profundo, claro, cuja transparência deixava perceber um fundo de areia.

Podia ter uns 18 metros de largura e as duas margens apresentavam-se ornadas com uma vegetação muito luxuriante. O viajante que não houvesse notado que, numa curta distância, caniços tinham tomado o lugar dos arbustos, teria sido incapaz de adivinhar a existência deste curso de água, assim como de imaginar a paisagem feérica que se estendia para além dela.





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