A nossa frente e por cima as costas rochosas avermelhadas que nos separavam do objectivo em vista.
- Não preciso de dizer-lhes - declarou o nosso chefe - que na altura da minha última passagem por aqui esgotei todos os meios possíveis e imagináveis para subir estes escarpamentos. Onde falhei, não creio que algum outro consiga triunfar, porque sou um bom alpinista. Nesse tempo, não dispunha de apetrechos para fazer montanhismo, mas desta vez tomei as minhas precauções. Estou seguro de mim: com cordas e grampos escalarei este pico rochoso e alcançarei o seu cume; mas com este pendor não vale a pena tentar o escarpamento. Da última vez tinha de despachar-me porque se aproximava a época das chuvas e os meus víveres estavam a esgotar-se; daí o tempo limitado de que dispunha. Tudo quanto posso afirmar é que inspeccionei a base destes escarpamentos numa dezena de quilómetros para leste, sem achar um acesso para trepar. Aqui têm. Agora que vamos fazer?
- Parece-me que apenas existe uma única solução razoável disse o Professor Summerlee. - Se explorou a costa leste, deveríamos explorar o lado oeste e procurar se existe um acesso praticável para a ascensão.
- É isso - interveio Lorde John. - É provável que este planalto não tenha uma extensão enorme. Só temos de dar a volta até acharmos o melhor acesso ou, no pior dos casos, voltar ao nosso ponto de partida.
- Já expliquei ao nosso jovem amigo - disse Challenger, tratando-me com a mesma indiferença desdenhosa como se eu fosse um gaiato de dez anos - que é completamente impossível existir um acesso fácil, pela simples razão de que, se houvesse, o cume não estaria isolado e, por conseguinte, não reuniria as condições indispensáveis para assegurar uma sobrevivência através das idades.