O Mundo Perdido - Cap. 11: Capítulo 11 Pág. 149 / 286

- Uma fera então?

-Não, um réptil: um dinossauro. Nenhum outro animal teria podido deixar uma tal marca. Este género de répteis assombrou à noventa anos um doutor muito competente do Sussex. Mas quem teria esperado... esperado... ver um tal espectáculo?

As palavras extinguiram-se-lhe nos lábios, enquanto o espanto nos pregava ao solo. Seguindo as marcas, tínhamos deixado o pântano e ultrapassado uma cortina de moitas e de árvores. Numa clareira mais adiante, estavam cinco criaturas extraordinárias que eu nunca vira. Agachámo-nos atrás das moitas para observá-las à vontade.

Aqueles animais eram, já o disse, em número de cinco: dois adultos e três novos. O seu tamanho era enorme. Os "pequenos» possuíam já a envergadura de um elefante; os adultos ultrapassavam em massa qualquer animal vivo do mundo inferior. Tinham uma pele cor de ardósia, coberta de escamas como a de um lagarto; e estas escamas brilhavam ao Sol. Estavam todos sentados; balouçavam-se sobre as caudas largas, possantes, e sobre as enormes patas posteriores com três dedos, enquanto que com as patas mais pequenas anteriores com cinco dedos arrancavam as ramagens que pastavam. Não saberia descrever-lhes melhor o seu aspecto do que comparando-os a cangurus monstruosos, que teriam sete metros de altura e uma pele de crocodilo preto.

Ignoro quanto tempo permanecemos imóveis a contemplá-los.

Um vento forte sopra na nossa direcção e estávamos bem escondidos. De vez em quando os «pequenos» brincavam à volta dos pais e entregavam-se a cambalhotas pouco graciosas: os corpos enormes erguiam-se no ar e voltavam a cair por terra com um ruído abafado.





Os capítulos deste livro